Após as autoridades russas terem anunciado a prisão de um suspeito de ter realizado o ataque que tirou a vida de Igor Kirillov, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou nesta quarta-feira (18) que o assunto será abordado no Conselho de Segurança das Nações Unidas no dia 20 de dezembro.
Maria Zakharova, atual porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse que o caso será investigado e todos os envolvidos no assassinato serão encontrados e punidos.
Kirillov, de 54 anos, era o principal general e chefe das Forças de Defesa Nuclear, Química e Biológica da Rússia, e acabou morrendo na última terça-feira (17), com seu assistente, após a explosão de uma bomba instalada em uma scooter do lado de fora de sua residência em Moscou.
O general já era muito procurado pela Ucrânia, que suspeitavam e o acusavam de fazer uso de armas químicas, ele chegava a ser descrito pelos ucranianos como um “criminoso de guerra e um alvo absolutamente legítimo”. Kirillov, por sua vez, também frequentemente acusava a Ucrânia da mesma coisa, porém, não possuía nenhuma prova.
Ele também alegava, sem evidências, que a Ucrânia estava planejando usar “substâncias radioativas das instalações de armazenamento de combustível nuclear usado” na usina nuclear de Chernobyl.
De acordo com informações divulgadas pelo Financial Times, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), revelou que o suspeito de plantar e detonar remotamente o explosivo, que foi apreendido, é um cidadão uzbeque de 29 anos. Após a FSB divulgar um vídeo em que o mesmo suspeito estaria confessando ter adquirido a scooter meses antes e instalado uma câmera em um carro alugado para registrar o ataque.
O atentado contra Kirillov é o mais significativo envolvendo um oficial russo, desde 2022, quando houve a invasão em larga escala da Ucrânia, ordenada pelo presidente Vladimir Putin.
O acusado contou às autoridades que a inteligência ucraniana teria oferecido US$100 mil (cerca de R$611 mil) e um passaporte europeu em troca da realização do atentado.
Até o momento, Putin não se pronunciou sobre o ataque, no entanto, Dmitry Medvedev, ex-presidente, e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, pediu retaliações severas contra os responsáveis, afirmando que as autoridades em Kiev devem ser “destruídas”.
Rússia e Ucrânia
Este atentado ocorre em um momento em que as tensões entre Moscou e Kiev estão frágil e crescente, onde planejam o aumento de sabotagens e ataques atribuídos à Ucrânia em território russo. Especialistas informam que atentados como este, têm o objetivo de desestabilizar a liderança militar russa e de mostrar a capacidade de operações por parte dos serviços de inteligência ucranianos.
Agora que o governo russo promete represália, questões sobre a segurança interna em Moscou são levantadas, e os desafios crescentes enfrentados pelas autoridades russas em proteger figuras de alto escalão em meio ao prolongamento do conflito com a Ucrânia são discutidos.
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