Na sexta-feira (04), as Forças Armadas da Federação Russa realizaram mais um ataque massivo contra posições militares da Ucrânia.
A operação das forças russas foi realizada na noite de quinta para sexta, com dezenas de veículos aéreos não tripulados (VANTs) Geranium e uma variedade de mísseis, incluindo os balísticos hipersônicos Kinzhals. Foram atingidas instalações do complexo-militar industrial em Kiev, capital, especificamente “empresas industriais que desenvolvem e fabricam UAVs, VANTs FPV e outros sistemas móveis robóticos, vários equipamentos para uso militar em Kiev, a infraestrutura do campo de aviação militar e a refinaria de petróleo”, conforme informações do Ministério da Defesa da Federação Russa.
O Ministério informou que o ataque massivo foi realizado “em resposta às ações terroristas do regime de Kiev” e o objetivo foi alcançado, com todo os alvos designados sendo atingidos. O regime ucraniano, fantoche do imperialismo, perpetra diariamente ataques terroristas contra a Rússia, seja nas regiões que costumavam ser o leste da Ucrânia, seja em outras regiões, a exemplo de recente ataque de VANTs contra subestação de energia na região de Moscou, perpetrado na sexta-feira, e que resultou em dois civis feridos e deixou mais de 50 mil pessoas sem energia elétrica. No mesmo dia, uma mulher civil foi assassinada em ataque de VANT contra o sul da região de Rostov.
Sobre a operação militar massiva feita pela Rússia, o canal de comunicação Rybar informou que houve também “uso de novos VANTs como iscas, encarregados de distrair as defesas aéreas da FAU”, notando igualmente que “o ataque combinado à capital inimiga ocorreu tendo como pano de fundo as palavras de Trump sobre a falta de progresso após conversas telefônicas com o Supremo”.
A ligação telefônica entre Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Donald Trump, presidente dos EUA, ocorreu na quinta-feira (3), e durou quase uma hora. Yuri Ushakov, assessor do presidente russo, declarou que “foi na mesma sintonia, franca, profissional e concreta”, e que os presidentes continuarão o diálogo em breve, e que a ideia de um encontro pessoal entre ambos “está no ar”, embora não tenha sido discutida na ocasião.
Conforme noticiado pela agência russa de notícias TASS, “Trump voltou a levantar a questão de uma cessação acelerada das hostilidades”, mas Putin, embora tenha relatado progresso nas negociações com a Ucrânia, “enfatizou que a Rússia continuará se esforçando para eliminar as causas profundas do conflito atual”:
“Nosso presidente também disse que a Rússia alcançará seus objetivos, ou seja, a eliminação das causas profundas bem conhecidas que levaram ao estado atual das coisas, ao atual confronto agudo. E a Rússia não recuará desses objetivos”, informou o assessor de Putin.
Anteriormente à conversa, o governo Trump declarou ter suspendido o fornecimento de certas armas à Ucrânia, o que, segundo especialista ouvido pela TASS, seria uma tentativa de conseguir com que a Rússia concordasse com um cessar-fogo, em troca de uma suspensão permanente do fornecimento de armas. No entanto, essa questão não teria sido discutida na ligação, conforme Ushakov.
Indo de encontro à declaração do assessor de Putin, Trump declarou que a ligação não resultou em nenhum progresso, e que ele estava “muito infeliz”, pois o presidente russo “quer ir até o fim”. O presidente dos EUA também ameaçou novas sanções contra a Rússia, ao mesmo tempo que reconheceu que a Rússia vem conseguindo lidar com essas medidas criminosas:
“Eu diria que ele [Putin] não está entusiasmado com isso [novas sanções], mas, sabe, ele tem conseguido lidar com as sanções, mas essas são sanções bastante severas”, declarou Trump.
Em resposta ao eventual estabelecimento de novas sanções, Putin disse sobre Trump: “Sabe, ele é um profissional. Pode ser que isso aconteça“, conforme noticiado pela emissora Russia Today (RT).
Paralelamente às situações acima, trocas de prisioneiros entre Rússia e Ucrânia continuam a ocorrer, conforme acordos russo-ucranianos firmados em 2 de junho em Istambul (Turquia):
“Outra troca de prisioneiros baseada em paridade entre a Rússia e a Ucrânia acaba de ocorrer no âmbito dos acordos de Istambul. Dois moradores da região de Kursk também foram devolvidos à Rússia”, informou a emissora TASS. A última troca de prisioneiros ocorreu na semana anterior, em 26 de junho. Além disto, em 16 de junho, o Ministério da Defesa da Federação Russa informou ter realizado uma ação em larga escala para transferir 6.060 corpos de militares ucranianos mortos, indo além dos próprios acordos de Istambul. Kiev, por sua vez, transferiu os corpos de 78 combatentes russos mortos.
A disparidade é um de vários indícios da enorme quantidade de perdas das Forças Armadas da Ucrânia na guerra: estima-se que o número já ultrapassa 1 milhão de militares ucranianos mortos, sendo que mais de 70 mil foram apenas em decorrência da invasão fracassada à Kursk, região russa.
Nesse sentido, cumpre reproduzir informações do mais recente relatório do Ministério da Defesa russo sobre o progresso da Operação Militar Especial. Publicado nesta sábado (05), no relatório é informado que mais de 1.265 ucranianos foram mortos nas últimas 24 horas: “o grupo de batalha Norte eliminou até 210 tropas ucranianas, o grupo de batalha Oeste mais de 230, o grupo de batalha Sul até 140, o grupo de batalha Centro até 440, o grupo de batalha Leste mais de 155 e o grupo de batalha Dnepr até 90”, conforme resumo contido em matéria da TASS.
Além disto, novos progressos ocorreram na região de Sumy, na Ucrânia, que faz fronteira com Kursk, a região russa invadida em 2024. Conforme o Ministério da Defesa russo, “na região de Sumy, unidades do Grupo de Forças Sever melhoraram a situação tática ao longo da linha de frente. Perdas foram infligidas em efetivo e equipamentos de uma brigada mecanizada, uma brigada de assalto aéreo, um regimento de assalto da Força Aérea e uma brigada de defesa territorial perto de Khrapovshchina, Kondratovka, Bessalovka, Sadki, Novaya Sech e Andreyevka”.
Em março de 2025, após as forças russas terminarem de expulsar os invasores ucranianos de Kursk, Putin a intenção de criar uma “zona de segurança” na região de Sumy, para proteger a fronteira de incursões ucranianas. Dois meses depois, no início de em maio, o Ministério da Defesa russo confirmou que suas tropas, especialmente do Grupo Norte, estavam estabelecendo um “faixa de segurança” ao longo da fronteira em Sumy, resultado direto da orientação de Putin. Ao final do mês, o presidente russo reiterou, durante reunião com autoridades russas, que “foi tomada a decisão de criar a necessária zona de segurança” ao longo da fronteira
Sobre o avanço das forças, recentemente foi anunciada a completa libertação de Lugansk, uma das regiões do chamado Donbass. Em 2014, o povo ucraniano e russo da região se levantou contra o golpe imperialista do Euromaidan, e tomou o poder local. O regime nazista de Kiev desatou, então, uma guerra contra a região, bem como contra Donetsk. Essa guerra, que consistiu em bombardeios aéreos e de artilharia, bem como em incursões terrestres, resultou em mais de 14 mil ucranianos mortos até 2022, quando do início da Operação Militar Especial.
Somado ao sucesso da libertação completa de Lugansk, a situação para o regime de Kiev, e o presidente ilegítimo Vladimir Zelensqui sofreu mais outro revés: conforme noticiado pela RT, citando a Bloomberg, órgão de imprensa norte-americano, a BlackRock empresa imperialista norte-americana de especulação financeira, interrompeu sua busca por investidores para apoiar um fundo multi bilionário para a reconstrução da Ucrânia no início deste ano, acrescentando que o interesse teria caído após o presidente Donald Trump retornar à Casa Branca e “em meio à crescente incerteza sobre o futuro da Ucrânia”.
O fundo seria apresentado na Conferência de Recuperação da Ucrânia, em Roma, na próxima semana, informou a RT.