Na madrugada de sexta-feira (6), a Rússia realizou uma das maiores ofensivas combinadas dos últimos meses contra o território ucraniano. Em comunicado oficial, o Ministério da Defesa russo informou que seus militares conduziram ataques em larga escala utilizando mísseis de cruzeiro lançados por via aérea, marítima e terrestre, além de drones de longo alcance e alta precisão. Os alvos atingidos foram centros estratégicos da indústria militar da Ucrânia.
Entre os objetivos estavam escritórios de projetos, fábricas responsáveis pela produção e manutenção de armamentos, oficinas de montagem de drones de ataque, centros de treinamento de pilotos e depósitos de armas e equipamentos. O governo russo declarou que “todos os alvos designados foram atingidos”, e que a operação “cumpriu plenamente seus objetivos”.
A ação foi anunciada como uma retaliação direta aos recentes ataques promovidos pela ditadura de Vladimir Zelensqui em solo russo, classificados pelo Crêmlin (sede do governo russo) como atos de terrorismo. Nos últimos dias, a Ucrânia realizou uma série de atentados contra a infraestrutura ferroviária russa, provocando o descarrilamento de trens de passageiros e de carga, o que causou a morte de pelo menos sete pessoas e deixou mais de 120 feridos — entre eles, mulheres e crianças.
Além disso, a Ucrânia lançou, no último domingo, uma ofensiva com drones contra múltiplas bases aéreas russas onde estão estacionados bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear. Segundo o governo russo, a maior parte dos drones foi interceptada antes de atingir os alvos, e nenhuma aeronave foi destruída. Contudo, o episódio elevou significativamente a tensão entre os dois países.
O presidente russo, Vladimir Putin, foi categórico ao afirmar que as explosões nos trilhos e os ataques às bases são “atos terroristas” promovidos pelo “regime ilegítimo de Quieve”, que estaria, segundo ele, “se transformando gradualmente em uma organização terrorista”. Durante uma conversa telefônica com o presidente norte-americano Donald Trump, Putin advertiu que seu governo “terá de responder” aos ataques contra sua capacidade de dissuasão nuclear.
As consequências dos ataques russos foram sentidas em diversas regiões da Ucrânia. Em Quieve, o prefeito Vitali Klitschko informou que múltiplas explosões atingiram diferentes distritos da capital. Inicialmente, as autoridades alegaram que os danos estavam limitados a áreas não residenciais. Posteriormente, Klitschko confirmou a morte de quatro pessoas e ao menos 20 feridos. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o sistema Patriot, fornecido pelos Estados Unidos, tenta interceptar um míssil com quatro projéteis, mas acaba sendo atingido.
Explosões também foram registradas em Lviv, Ternopol, Lutsk e Kremenchug, cobrindo assim uma vasta faixa do território ucraniano. Vídeos divulgados em redes sociais mostram os efeitos da ofensiva, embora muitas das localizações e instalações atacadas ainda não tenham sido identificadas com precisão. O Ministério da Defesa russo reiterou que seus ataques têm como alvo exclusivo infraestruturas militares e acusou o governo de Zelensqui de colocar sistemas de defesa aérea em áreas densamente povoadas.
Desde o dia 31 de maio, esta foi a sexta operação de ataque coordenado contra alvos militares ucranianos realizada pelas forças armadas russas. As investidas anteriores já haviam atingido fábricas de armamentos, campos de treinamento, locais de armazenamento e lançamento de drones, além de depósitos de munição e pontos de concentração de tropas ucranianas e mercenários estrangeiros.
Novo atentado ferroviário interrompe linha em Belgorodo
Na manhã desta sexta-feira, poucas horas após a ofensiva russa, um novo ataque ucraniano foi registrado na região de Belgorodo, dentro do território russo. Um artefato explosivo colocado sob os trilhos provocou o descarrilamento de uma locomotiva a diesel no distrito de Prokhorovski. Segundo o governador Vyacheslav Gladkov, o incidente não deixou feridos, mas interrompeu o tráfego ferroviário por cerca de duas horas e meia.
Gladkov afirmou em vídeo que ele próprio foi afetado pelos atrasos, pois seu trem foi obrigado a parar antes de chegar à estação de destino. Equipes de manutenção foram mobilizadas imediatamente para restaurar os trilhos danificados, e a circulação de trens foi normalizada pouco depois.
Esse foi o mais recente de uma série de atentados promovidos pela ditadura nazista de Zelensqui contra a infraestrutura ferroviária russa. Nos últimos dias, explosões semelhantes ocorreram nas regiões de Briansk, Kursk e Voronej, provocando mortes, feridos e o cancelamento de mais de 20 viagens ferroviárias. O Crêmlin responsabilizou diretamente o governo ucraniano pelos atos, que têm como objetivo desestabilizar o território russo e comprometer as vias de transporte interno.
Segundo Putin, tais ações têm como finalidade sabotar as conversações de paz mediadas com o apoio dos Estados Unidos, que estariam perdendo força diante da escalada de ataques vindos da ditadura ucraniana.