Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, afirmou que os russos estão prontos para chegar a um acordo que coloque fim à guerra. Ele disse isso em uma entrevista para a emissora norte-americana CBS News, na última quinta-feira (24).
Segundo Lavrov, existem indícios que um cessar-fogo está próximo, uma vez que a direção para o acordo está correta. O ministro cita Donald Trump como fiador desse processo para o fim da guerra, mas algumas questões específicas precisam ser tratadas.
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Na entrevista ele reafirmou que os ataques feitos por Moscou somente têm como alvo militares e instalações militares, ao justificar os bombardeios a Kiev que deixaram 12 mortos nesta semana.
A notícia fez Trump reagir. Na sua rede social própria, a Truth Social, pediu para Putin [Vladimir], presidente russo, parar com os ataques e afirmou: “Não estou satisfeito com os ataques russos em Kiev”.
Progresso
Nesta sexta-feira (25), o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, esteve novamente com Putin para tratar sobre avanços nas negociações.
Em coletiva, Yuri Ushakov, assessor internacional do Kremlin, indicou que a reunião foi “construtiva e bastante útil”. Nela foi tratada a possibilidade da volta de negociações diretas entre ucranianos e russos. O assessor mencionou que Kremlin e Casa Branca aproximaram as suas convicções e que os encontros terão continuidade.
Putin já havia dito que o reconhecimento de áreas ocupadas será um passo para a paz. Os EUA demonstram aceitar a reivindicação de Moscou pela anexação oficial da Crimeia, o que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nega. Além disso, os russos se comprometeriam a parar os avanços de guerra, ficando somente com os territórios que já controlam, sem reivindicar novas áreas.
O governo russo divulgou vídeo e fotos do encontro entre Putin e Witkoff.

Também nesta sexta a revista Time publicou entrevista com Trump, que declarou que “a Crimeia ficará com a Rússia”. O território foi anexado pelos russos em 2014, antes da atual guerra.