O porta-voz do governo russo Dmitry Peskov declarou nessa sexta-feira (7) que a Rússia vê com preocupação a ação dos líderes da União Europeia de criar um plano no valor de 800 bilhões de euros (equivalente a R$5 trilhões), com a justificativa de “rearmar a Europa”, conforme anunciado nesta semana pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A forma de financiamento ainda não foi anunciada, mas a medida mais provável é a autorização para que os países do bloco possam gastar mais do que 3% de seu Produto Interno Bruto para investimentos militares, uma prova da determinação do imperialismo europeu para continuar com a guerra. Enquanto despertam crises internas nesses países, devido à sua política de austeridade de cortes em investimentos sociais para sustentar os banqueiros, os chefes de Estado pretender dar uma sobrevida ao regime de Vladimir Zelensqui.

Trata-se de mais um episódio da crise imperialista em torno da Guerra da Ucrânia que acabou de completar 3 anos e que recentemente foi agravada com a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, que decidiu parar de enviar recursos financeiros e militares para o país eslavo como forma de conter os gastos do estado norte-americano.

No entanto, essa não é a posição do imperialismo, que, conforme mostra o plano anunciado pela União Europeia, não vai medir esforços para manter a Ucrânia na guerra. Ainda nessa semana, o presidente francês Emmanuel Macron prometeu usar armas nucleares para proteger os seus aliados, e o primeiro ministro do Reino Unido, Keir Starmer, apontou que mobilizaria as suas tropas para defender a Ucrânia e consequentemente atacar os russos. Ao se colocaram à disposição de continuar com a guerra e defender o exército ucraniano, composto inclusive por milícias nazistas, Macron e Starmer acabam de deixar cair a máscara que tinham de serem presidentes “democráticos” e que seriam oposição à extrema-direita.

Além de ver com preocupação a criação do plano bilionário que visa fortalecer militarmente países do imperialismo europeu, Peskov declarou que o principal alvo desse plano é a própria Rússia. Também argumentam que a reação da União Europeia se dá por ter sido excluída das negociações de paz iniciadas pela Rússia com os EUA.

Além das declarações de Peskov, o presidente da Rússia Vladimir Putin havia alertado sobre as declarações do presidente francês. O presidente russo declarou nessa semana: “ainda há pessoas que querem voltar ao tempo de Napoleão e esquecer como terminou” e colocou que as derrotas dos inimigos da Rússia sempre começam da mesma maneira: com a subestimação das forças inimigas.

A resposta da Rússia mostra a clareza com que o país tem conduzido a sua atuação nesta guerra. A Europa já enfrenta várias consequências econômicas e sociais por ter apoiado a Ucrânia no conflito. Na Alemanha, milhares de postos de trabalho foram fechados por causa da resposta da Rússia em relação as sanções contra o país, gerando uma grande crise entre a classe trabalhadora alemã.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 08/03/2025