Drones russos atingiram residências, universidades e ferrovias na Ucrânia, enquanto Kiev anuncia acordo com os EUA em meio à escalada da guerra
O governador da região de Zaporizhzhia, Ivan Fedorov, informou nesta sexta-feira (2) que 29 pessoas ficaram feridas “como resultado de um ataque noturno do inimigo” à cidade industrial no sudeste da Ucrânia. Entre os feridos está um menino de 13 anos, vítima de um ataque com drones.
“Os russos atingiram infraestrutura civil da cidade. Prédios residenciais, uma universidade e uma instalação de infraestrutura foram danificados”, escreveu Fedorov no Telegram.
Segundo ele, as forças russas realizaram pelo menos 10 ataques à cidade, danificando residências, prédios de apartamentos, instituições de ensino e locais de infraestrutura.
Três pessoas foram resgatadas dos escombros e 12 estão sendo tratadas em hospitais, acrescentou o governador.
Defesa aérea ucraniana intercepta drones
A Força Aérea ucraniana afirmou ter abatido 64 dos 150 drones lançados pela Rússia durante a noite. Outros 62 drones não atingiram seus alvos, provavelmente devido a medidas de guerra eletrônica.
Não foi especificado o que aconteceu com os 24 drones restantes.
Imagens divulgadas online mostram um prédio em chamas e equipes de resgate trabalhando nos escombros e escalando edifícios danificados com escadas extensíveis. Em uma foto, uma equipe carrega um homem ferido para um local seguro.
A empresa estatal de ferrovias Ukrzaliznytsia informou que o ataque a Zaporizhzhia também danificou sua fábrica de reparo de locomotivas, especializada em locomotivas elétricas de passageiros.
Devido aos danos significativos, a fábrica não poderá mais funcionar, disse Fedorov em declarações à televisão.
No leste, na região de Dnipropetrovsk, dois homens ficaram feridos em outro ataque russo com drones, que provocou incêndios em dois locais, relatou o governador Sergiy Lysak no Telegram.
Rússia afirma ter interceptado drones ucranianos
O Ministério da Defesa russo afirmou que suas defesas aéreas destruíram 121 drones ucranianos durante a noite, a maioria sobre a Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014.
Os ataques ocorrem após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciar um acordo histórico com os EUA para exploração de minerais críticos, que ofereceria benefícios “verdadeiramente iguais” para ambos os países, embora não inclua garantias de segurança concretas para Kiev.
O acordo, negociado por meses, prevê o desenvolvimento conjunto e investimentos nos recursos minerais estratégicos da Ucrânia.
Zelensky afirmou que o texto “mudou significativamente” durante as negociações e pediu aos aliados que aumentem a “pressão sobre a Rússia para forçá-la a ficar em silêncio e a negociar”.
A Ucrânia espera que o acordo abra caminho para que os EUA ofereçam garantias de segurança ao país, que enfrenta a invasão russa há mais de três anos.