O governo russo anunciou nesta segunda-feira (28) um novo cessar-fogo de três dias na Ucrânia, com início no dia 8 de maio e término no dia 10.

Segundo o Kremlin, a trégua foi decretada por “razões humanitárias” e também para marcar o 80º aniversário do Dia da Vitória, data que celebra o triunfo da União Soviética e aliados sobre a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial.

Em comunicado oficial, o Kremlin destacou que espera a adesão da Ucrânia ao cessar-fogo, mas advertiu que, em caso de descumprimento, as Forças Armadas russas dariam uma “resposta adequada e eficaz”.

Mesmo que Kiev ainda não tenha se pronunciado diretamente sobre o anúncio, o Ministério das Relações Exteriores reiterou que a Ucrânia deseja “um cessar-fogo imediato e duradouro”.

O novo anúncio ocorre após fortes críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos recentes bombardeios russos em Kiev. Trump acusou Vladimir Putin de “querer prolongar a guerra” e, durante o funeral do papa Francisco no Vaticano, reatou o diálogo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky- os dois líderes haviam protagonizado uma troca de acusações durante uma reunião na Casa Branca, em fevereiro.

Após o encontro no Vaticano, Trump afirmou que “Zelensky está mais calmo”, elogiou a resistência ucraniana dizendo que o país enfrenta “uma força muito maior” e cobrou um movimento de Moscou: “Vladimir Putin tem de ‘parar com os bombardeios, sentar e assinar um acordo’ de cessar-fogo definitivo”, defendeu o presidente estadunidense, que se ofereceu como mediador das negociações entre os países.

Nos três anos de guerra, este é o segundo cessar-fogo anunciado por Putin, o primeiro foi ainda este ano, cerca de dez dias atrás, onde a Rússia declarou uma trégua de 30 horas para a celebração da Páscoa, porém a Ucrânia acusou Moscou de violá-la.

O principal impasse continua sendo a disputa territorial. Tropas russas ocupam cerca de 20% da Ucrânia, incluindo grande parte do leste do país e a Crimeia, anexada em 2014.

Zelensky exige a devolução total das áreas ocupadas, enquanto a Rússia afirma que “essas regiões já foram anexadas” e que “não as devolverá”.

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Last Update: 28/04/2025