
A plataforma de vídeos Rumble segue bloqueada no Brasil depois que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter a suspensão de suas atividades nesta sexta (7). O julgamento, concluído em fevereiro, impõe que a empresa indique um representante legal no país e cumpra ordens judiciais para voltar a operar.
“Para o STF, o Rumble tenta produzir ‘espuma’ para redes sociais”, observou o ministro Alexandre de Moraes em seu voto, referindo-se à postura da plataforma em questionar a legalidade das determinações brasileiras. Flavio Dino e Cristiano Zanin acompanharam Moraes na decisão.
O bloqueio foi originalmente determinado por Moraes em 21 de fevereiro. Um dia antes, o ministro havia estabelecido um prazo de 48 horas para que a empresa Rumble Inc. informasse quem representaria seus interesses no Brasil, com amplos poderes para nomear advogados e cumprir decisões judiciais.
Fundada em 2013, a plataforma de vídeos se assemelha ao YouTube, tanto na aparência quanto no conceito de compartilhamento de conteúdo. “Proteger uma internet livre e aberta” é como a empresa descreve sua missão, e a rede social se tornou particularmente popular entre conservadores nos Estados Unidos.

A Rumble se envolveu em diversas controvérsias desde seu lançamento, algumas delas relacionadas ao conteúdo de cunho político que hospeda. Seu alinhamento com o eleitorado conservador levou a plataforma a ser considerada uma alternativa a serviços mais tradicionais e a ganhar projeção mundial.
Recentemente, a companhia uniu forças com o grupo de comunicação Trump Media & Technology Group, do ex-presidente dos EUA Donald Trump, para ajuizar uma ação contra Alexandre de Moraes em um tribunal norte-americano. Ambas alegam que as decisões do magistrado representam censura e pedem que não surtam efeito legal nos Estados Unidos.
“As empresas acusam Moraes de censura”, destaca o processo aberto no exterior, no qual a rede social também questiona a obrigatoriedade de deletar perfis específicos. Enquanto a disputa legal se desenrola, a suspensão do Rumble permanece vigente no Brasil, exigindo que a plataforma cumpra as exigências do STF para retomar suas atividades.