Na entrevista semanal de Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), na TV247, foi abordado o processo judicial contra Jair Bolsonaro e suas implicações para a eleição presidencial de 2026. Segundo Pimenta, a perseguição ao ex-presidente não se trata apenas de uma questão jurídica, mas de uma estratégia política para controlar o próximo pleito.

“Para o Tarcísio ser o candidato de 2026, ele precisa do apoio do Bolsonaro. Se o Bolsonaro lançar outro candidato, o Tarcísio não vai ganhar ou vai ter muita dificuldade de ganhar a eleição”, explicou. Dessa forma, haveria um esforço orquestrado para “neutralizar o Bolsonaro”, o que incluiria sua condenação e eventual prisão.

Uma das possibilidades aventadas por Rui Costa Pimenta seria um tipo de “chantagem” judicial: “condenar ele a 38 anos de cadeia, mas oferecer uma troca. Se ele apoiar o Tarcísio, tiram ele da cadeia em 8 meses”. Segundo o dirigente, isso mostraria, mais uma vez, como o Judiciário está sendo usado para garantir o resultado eleitoral que a burguesia quer. Além disso, Pimenta destacou que essa operação acontece no momento em que “o governo Lula está indo ladeira abaixo, perdendo lastro rapidamente”. “Pelo que eu vi até agora, não está conseguindo se recuperar bem”, afirmou.

A guerra na Ucrânia

Sobre a guerra na Ucrânia e a tentativa do governo norte-americano de atingir um cessar-fogo, Rui Pimenta destacou que Donald Trump, ao contrário dos setores belicistas do imperialismo norte-americano, teria interesse em encerrar o conflito, principalmente por questões econômicas. “O Trump chegou ao governo com a determinação de acabar com a guerra na Ucrânia”, afirmou, ressaltando que um dos principais motivos para essa posição seria a situação fiscal dos Estados Unidos.

“Um país que tem 36 trilhões de dólares de dívida, nessas condições, leva o país ao ponto de uma explosão financeira”, explicou Pimenta, acrescentando que o maior gasto do imperialismo norte-americano é justamente com a manutenção de sua dominação mundial – o financiamento do exército, da CIA, da USAID, da compra da imprensa etc. No entanto, o desafio para Trump seria imenso, pois “há uma pressão gigantesca, é uma questão-chave para o imperialismo”.

“Os russos desafiaram a lei não escrita internacional, que é: o imperialismo dá as cartas. Os russos foram lá e ignoraram isso”, analisou Pimenta.

Quanto à possibilidade de cessar-fogo, o presidente do PCO considera que o acordo apresentado beneficiaria o imperialismo mais do que qualquer outro setor envolvido. “Aceitar um cessar-fogo, para ele [Trump], é dar para o exército ucraniano uma oportunidade de se reorganizar, num momento em que eles estão numa situação muito negativa”, concluiu.

Perseguição política

Rui Costa Pimenta também destacou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o ministro Alexandre de Moraes agiram de forma seletiva na repressão a infrações durante as eleições. “O TSE, o Alexandre de Moraes, recebeu uma quantidade industrial de denúncias de coerção eleitoral de empresas, recebeu a denúncia do pessoal que estava bloqueando os ônibus e disse que conversou com o responsável da PRF, e a pessoa disse que estava tudo normal, e ele considerou que estava normal”, criticou Rui.

Para ele, a atuação tardia da Justiça Eleitoral, punindo certas pessoas dois anos depois da eleição, não passa de politicagem. “Quando você vai colocar na cadeia a pessoa que fez isso dois anos depois da eleição, isso não é uma medida judicial normal, é politicagem”, afirmou. Pimenta comparou essa situação ao recente caso da cassação da deputada bolsonarista Carla Zambelli, pontuando que a punição só ocorreu muito tempo depois do pleito.

“A pessoa tem que poder falar o que ela quiser, mas se acham que é um crime falar, tinham que ter atuado na eleição, porque depois, do que adianta?”, questionou.

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Last Update: 15/03/2025