Em uma entrevista concedida ao canal Humanautas, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, ofereceu uma profunda análise da crise política brasileira e do cenário internacional, destacando a importância da luta de classes e de um programa autenticamente operário. Rui abordou desde a farsa da democracia burguesa no Brasil até o papel do imperialismo, expondo a hipocrisia de amplos setores da esquerda e da direita.
Um dos pontos centrais da entrevista foi a crítica incisiva de Rui ao Poder Judiciário, em particular ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a Alexandre de Moraes. Ele classificou a atuação da Corte em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro como “uma das coisas mais hediondas de perseguição política, de violação da Constituição, violação de todos os direitos democráticos imagináveis”
O jornalista destacou que o problema não é Bolsonaro, mas sim o fato de ele ter “muito voto”, o que o torna uma ameaça para o controle político da burguesia. Ele desmistificou o fantasma do fascismo, argumentando que sem o apoio dos grandes capitalistas, o fascismo é uma fantasia. O PCO, desde o início, denunciou a campanha contra Bolsonaro como parte de um golpe de Estado em andamento, cujo objetivo é esmagar os direitos democráticos e concentrar o poder nas mãos de setores não eleitos.
Pimenta também distinguiu a visão do PCO da de outros setores da esquerda brasileira. Ele caracterizou o Partido dos Trabalhadores (PT) como um partido “reformista” que busca mudanças “dentro daquilo que existe aí do status quo“, sem a intenção de subvertê-lo. Em contraste, ele afirmou que o PCO é um partido operário tanto na essência quanto na filiação.
Rui também apresentou uma visão marxista da história, afirmando que o capitalismo está nos seus “capítulos finais”. Ele defendeu que a própria natureza do sistema levará ao socialismo. Ele destacou, entre outros pontos, a questão da inteligência artificial, que considera uma ferramenta “maravilhosa” que poderia economizar o trabalho humano, mas que o sistema capitalista utiliza de forma “perversa”.
O dirigente do PCO também analisou a situação de países como a China e a Rússia, destacando que as burguesias locais são enxertos artificiais que dependem do Estado. A China, segundo ele, fez um “recuo” do capitalismo em direção ao comunismo.
Ao final, Rui criticou duramente a postura da esquerda em relação aos eleitores de Bolsonaro. Condenar o eleitorado de direita como “gado” é desrespeitoso com o povo, que tem inclinações políticas que muitas vezes eles mesmos não sabem definir. Ele defendeu a necessidade de dialogar com o povo, tanto de esquerda quanto de direita, pois seus valores são, no fundo, parecidos.
A entrevista completa pode ser assistida no vídeo a seguir: