Na última sexta-feira (21), Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), analisou a recente vitória da extrema-direita na Alemanha e os desdobramentos dessa ascensão para a política brasileira. Durante sua participação no programa da TV247, Pimenta destacou que o crescimento do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) reflete um fenômeno mais amplo de decomposição dos partidos tradicionais do imperialismo europeu e norte-americano.

“O que está acontecendo na Alemanha é importante para entender o Brasil”, afirmou o dirigente. Ele ressaltou que a extrema-direita alemã se consolidou como a segunda maior força política do país, e que, devido às manobras eleitorais dos partidos tradicionais, pode-se considerar que a AfD seja, de fato, o partido com maior apoio político. “É uma reviravolta muito importante”, pontuou.

Segundo Pimenta, o avanço da extrema-direita não se restringe à Alemanha. “Nos EUA, o Trump ganhou a eleição; na França, o partido da Le Pen é o maior do país; na Espanha, o Vox está crescendo; em Portugal, o Chega teve uma boa eleição; na Áustria, eles venceram”, observou. Para ele, esse cenário revela o colapso da política oficial do imperialismo, uma política que “fracassou”.

No caso brasileiro, Pimenta vê um perigo semelhante. Para ele, a esquerda brasileira segue os mesmos passos das forças derrotadas na Alemanha, e o governo Lula tem adotado a mesma política que levou o Partido Social-Democrata alemão ao fracasso. “Essa política não tem futuro”, advertiu.

Marina Silva e o bloqueio ao desenvolvimento nacional

Outro ponto abordado por Rui Costa Pimenta foi o papel de Marina Silva no governo Lula. Ele classificou a ministra do Meio Ambiente como uma “serviçal de George Soros” e um entrave para o desenvolvimento do País. “Lula indicou no ministério uma doida, que é a Marina Silva, financiada pelo Soros e ONGs internacionais”, criticou.

Segundo o presidente do PCO, a presença de setores ambientalistas dentro do governo impede avanços em áreas estratégicas, como a exploração de petróleo na Margem Equatorial Brasileira. “Os bolsonaristas não são contra explorar o petróleo. O PT entregou a luta democrática na mão dos bolsonaristas e agora vai enfrentar a questão do desenvolvimento nacional. Lula tem que ter mais pulso e passar por cima da Marina e das ONGs”, afirmou.

Ele denunciou o papel das ONGs imperialistas na sabotagem do desenvolvimento do país, acusando-as de fazer um intenso trabalho de propaganda para impedir a exploração dos recursos naturais do Brasil. “Há um investimento muito grande dessas ONGs para convencer as pessoas dessas bobagens. Para convencer as pessoas de que não se deve explorar o petróleo, que o mundo vai acabar na semana que vem”, ironizou.

Para Pimenta, essa ofensiva contra a exploração do petróleo, somada à questão da dívida pública, é um dos principais problemas nacionais. “A Arábia Saudita é rica porque tem petróleo. Eles não têm mais nada para vender ou explorar, e só com o petróleo são ricos. O Brasil não consegue explorar. É uma guerra incessante contra o povo”, denunciou.

O Judiciário e a perseguição a Bolsonaro

Pimenta também criticou o Judiciário brasileiro e apontou que o processo contra Jair Bolsonaro é uma perseguição política. “Flávio Dino fez um discurso que mostra a calamidade do Judiciário brasileiro. Ele defendeu o protagonismo político do Judiciário. Mas há um problema: o Judiciário não pode ser político”, alertou.

Segundo ele, o processo contra Bolsonaro demonstra essa interferência indevida do Judiciário na política. “O jornalista da Folha disse que pedir que Moraes não seja juiz é absurdo. Ou seja, teríamos que aceitar um juiz que é, ao mesmo tempo, vítima. Isso não é normal em nenhum lugar do mundo”, criticou.

O dirigente do PCO classificou o Supremo Tribunal Federal (STF) como um perigo para o Brasil e rejeitou os métodos adotados contra Bolsonaro. “Não podemos concordar com o que está sendo feito no processo do Bolsonaro. É aberrante. É um processo de perseguição”, afirmou. Ele adiantou que explicaria essa questão em detalhes em uma transmissão no sábado.

Alexandre de Moraes: um agente do golpe de 2016

Na entrevista, Pimenta também criticou duramente Alexandre de Moraes, a quem classificou como “um inimigo de todo o povo brasileiro”. Ele relembrou que Moraes foi o ministro da Justiça do governo golpista de Michel Temer e que sua indicação ao STF foi amplamente criticada pelo PT na época. “O PT afirmou que a indicação de Moraes era um atentado contra a democracia”, destacou.

Para ele, é contraditório que setores da esquerda tratem Moraes como um “pilar da democracia”, considerando seu papel central no golpe de 2016. “O Brasil deve ter tido, em sua história, entre 25 e 30 golpes de Estado. Ele é um dos principais agentes de um desses golpes”, afirmou.

O dirigente do PCO comparou a atuação da esquerda brasileira à de um touro em uma tourada. “O Bolsonaro é o pano vermelho. A esquerda não está atacando o toureiro, está agindo como um touro bravo, que será morto pelo toureiro”, alertou.

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Last Update: 01/03/2025