Neste sábado (2), como de costume, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, iniciou a Análise Política da Semana discutindo o tema da liberdade de expressão.

Ele mencionou a remoção de “41 milhões e meio de postagens” na Internet europeia no primeiro semestre de 2025, argumentando que esses números desmentem a justificativa de combate à pedofilia ou “discurso de ódio”, e que grande parte da censura visa silenciar defensores da Palestina. Para Pimenta, essa é uma política ditada pelo imperialismo e replicada no Brasil, exemplificada pela revogação parcial do artigo 19 do Marco Civil da Internet pelo STF.

Pimenta destacou também o caso do cantor Oruan, indiciado por tentativa de assassinato após jogar uma pedra na polícia, e a condenação de um manifestante a 17 anos de prisão por “insurreição armada” e “formação de quadrilha” por ter sentado na cadeira do ministro Alexandre de Moraes e proferido ofensas em um vídeo durante os atos de 8 de janeiro.

“É uma loucura total e completa”, afirmou Pimenta sobre a condenação, classificando-a como uma “completa farsa judicial” e ressaltando que tal pena seria impensável mesmo em regimes passados. Ele criticou duramente o que chamou de “política de apoio a essas barbaridades” por parte da esquerda, que, segundo ele, aplaude o “esmagamento de um cidadão qualquer” em nome da “defesa do Estado Democrático de Direito”. Para Pimenta, as ações do STF são “mera manipulação eleitoral”, comparando-as aos processos do Mensalão e da Lava Jato, que, em sua visão, tiveram o mesmo objetivo de intervir no processo eleitoral.

No cenário internacional, Pimenta teceu uma série de comentários acerca da “situação de decomposição aguda” do Estado de “Israel”, indicada pelos suicídios de soldados sionistas em Gaza e pelos sucessivos êxitos da Resistência Palestina. Pimenta denunciou a recente declaração de países como França, Canadá e Arábia Saudita, que se reuniram na  Organização das Nações Unidas (ONU) para defender a criação de um Estado palestino e o desarmamento do Hamas. O Brasil endossou a declaração.

“Enquanto se fala em soberania aqui dentro, lá fora, o governo brasileiro rasteja diante do imperialismo”, declarou Pimenta, classificando o documento como uma “manobra sórdida contra o povo palestino”. Ele destacou que a declaração, patrocinada por França e Arábia Saudita, condena o Hamas como “terrorista” e propõe o desarmamento da Resistência, a exclusão do Hamas do governo e a normalização das relações com “Israel”. Pimenta enfatizou que o objetivo real é “desarmar o Hamas” e permitir uma futura “reocupação” de Gaza por “forças de segurança sob o controle da Arábia Saudita, do Egito, da Jordânia” – “fantoches do imperialismo”.

Ainda sobre a declaração, Pimenta ressaltou a “perfídia” de seu conteúdo, que busca justificar o genocídio israelense e estabelecer um Estado palestino fictício, onde a “Autoridade Palestina”, descrita por ele como “ratos a serviço do imperialismo”, controlaria a segurança com apoio de “tropas estrangeiras” para esmagar a resistência. A frase “um estado, um governo, uma lei, uma arma” foi citada como um “chavão reacionário” que visa ao desarmamento do povo palestino.

A “histeria soberanista” no Brasil diante das tarifas de 50% impostas por Trump a produtos brasileiros foi outro ponto de análise de Rui Pimenta. Ele criticou a reação da esquerda, que classificou a medida como o “mais grave ataque dos Estados Unidos ao Brasil desde o golpe militar em 1964”, e ironizou a “política patriótica” do governo Lula e de seu vice, Geraldo Alckmin.

Pimenta argumentou que a mera imposição de tarifas não é um ataque à soberania nacional, citando o próprio Brasil que taxa produtos importados em patamares elevados. O problema, neste caso, que eu a taxação diz respeito a uma chantagem do governo nort-americano. Para o dirigente do PCO, a medida de Trump é uma “chantagem fuleira” que visa condicionar as decisões do judiciário brasileiro, especialmente a condenação de Bolsonaro. “É uma chantagem que só funciona porque o pessoal que está sendo chantageado é bunda mole, para falar o português correto”, sentenciou, sugerindo que o Brasil deveria buscar outros mercados.

A Lei Magnitsky, aplicada por Trump a Alexandre de Moraes, foi desqualificada por Pimenta como “porcaria” e “coisa de segunda importância”, minimizando as consequências para o ministro. Ele criticou a falta de firmeza do governo brasileiro em rejeitar as exigências políticas de Trump, percebendo uma “séria tendência à capitulação” disfarçada por um “discurso pseudo nacionalista que não vale um tostão furado”.

O “racha” no STF foi evidenciado pela ausência da maioria dos ministros em um jantar convocado por Lula em solidariedade a Alexandre de Moraes, e pela recusa de seis ministros em assinar um manifesto em apoio a Moraes. Pimenta interpretou isso como um sinal de que os ministros estão com medo de sofrer as mesmas sanções de Trump, revelando uma “turma de desclassificados” que “não é de nada”. Ele concluiu que “você corta o salário deles no STF, acabou a luta contra o fascismo”.

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Last Update: 03/08/2025