Durante o programa Análise da 3ª, transmitido pelo canal da Rádio Causa Operária no YouTube, o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, denunciou o aprofundamento do estado policial no Brasil e a crescente violação dos direitos democráticos, promovida pelas instituições do regime sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo Pimenta, “o governo do PT não existe enquanto governo de esquerda”. O dirigente criticou duramente a passividade petista diante das arbitrariedades do Judiciário e da repressão orquestrada por agências estrangeiras como o FBI e o Mossad, com o apoio da Polícia Federal. Como exemplo, Rui citou a prisão de um cidadão em Pocinhos, na Paraíba, por ter feito uma pichação, acusado de “propensão a atos terroristas”.

“Que tipo de investigação é essa, por propensão? Isso é a Gestapo. Não é democracia”, afirmou.

Outro caso citado foi o de um jovem detido no Rio Grande do Sul, acusado de possuir um “arsenal”. O presidente do PCO ironizou:

“Aí você olha a foto da matéria e não tem nenhuma arma de fogo, nem mesmo um rojão, bombinha de São João. Ele tinha facas. Se ter faca fosse crime, você teria que prender o país inteiro”.

Para Pimenta, o Brasil tem caminhado rumo a um modelo repressivo similar ao da Inglaterra, onde “o cidadão fala algo na rede social e a polícia baixa na casa dele no dia seguinte”.

“É um estado policial. É 1984. E isso sob o governo Lula, que é um homem de esquerda. Porém, ele e o ministro da Justiça, Lewandowski, não fazem nada”.

O presidente do PCO também cobrou explicações do governo federal sobre a atuação estrangeira no país:

“Por que o FBI investiga cidadãos brasileiros? Existe uma autorização do governo brasileiro pra isso? É totalmente anormal. Investiga brasileiro e orienta a PF a perseguir esses brasileiros”.

Rui Pimenta fez um retrospecto das arbitrariedades do Supremo Tribunal Federal (STF), apontando que o atual regime de exceção teve início com o julgamento do chamado “mensalão”, em 2012:

“Colocaram o Joaquim Barbosa na presidência do STF e ele fazia de tudo quanto é loucura pra incriminar, tolher a defesa. No final, o pessoal foi condenado segundo um dispositivo que não existe na legislação brasileira, que é o dispositivo do ‘domínio do fato’”.

Ele lembrou ainda a célebre frase de Rosa Weber, ministra do STF, no julgamento: “não tenho provas, mas condeno porque a literatura me permite”.

“Literatura é o seguinte: fizemos uma desculpa que colou”, comentou Rui.

A Operação Lava Jato seria, segundo o dirigente, uma continuação direta dessa política repressiva.

“A participação do STF parecia ser secundária, mas era principal. Não era possível um tribunal de primeira instância fazer tudo o que fez sem a proteção do STF”, afirmou.

O atual protagonismo de Alexandre de Moraes no caso das investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria mais um capítulo do mesmo processo. Rui explicou que “é uma linha de continuidade. É o mesmo processo político, desde 2012. No meio desse processo tivemos o golpe de 2016, ou seja, é um processo golpista, de 2012 até os dias de hoje”.

A diferença de tratamento entre esquerda e direita, segundo Rui, seria apenas uma armadilha.

“Na primeira etapa, era a esquerda que estava no banco dos réus. E, na segunda etapa, é a direita. Como você tem, na esquerda, gente muito oportunista que fala que fazer algo contra a esquerda é golpe de Estado e fazer essa mesma coisa contra a direita é defesa da democracia, dá a impressão de que o STF está fazendo o contrário do que fez antes — mas não é verdade. Ele está fazendo a mesma coisa”.

Para Rui Costa Pimenta, o problema central não é quem está no governo, se Lula ou Bolsonaro, mas o avanço do autoritarismo.

“O aspecto principal é que eles estão liquidando os direitos democráticos da população”.

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Last Update: 16/04/2025