Em sua participação semanal na TV247, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, abordou temas centrais da situação política brasileira, destacando o naufrágio da frente ampla encabeçada pelo PT e a intensificação do regime repressivo operado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Comentando a realização do 1º de Maio pelas “centrais sindicais” patronais e pelegas, Pimenta lembrou que estas entidades retomaram o formato de eventos financiados pela burguesia, como no passado, quando “chegaram a sortear apartamentos e vários carros”, todos patrocinados pela Bolsa de Valores e pela Faria Lima. Para o dirigente, a retomada desse tipo de ato indica que essas entidades “estão, em certo sentido, se preparando para apoiar um candidato da burguesia nas eleições”, demonstrando um princípio de ruptura com o governo Lula.

Rui Costa Pimenta assinalou que a ausência de uma mobilização real da CUT e do próprio PT no 1º de Maio revela a capitulação diante do avanço da direita: “ano passado, a mobilização foi muito esvaziada. A direção da CUT e do PT não tem fé de que esse seja um meio de mudança no Brasil. E como eles não acreditam nisso, então não vai haver mudança”. Segundo ele, a política do PT é de “capitulação”, fruto da pressão e do isolamento a que o partido vem sendo submetido.

No que diz respeito à recente condenação de Fernando Collor de Mello, Pimenta foi categórico ao afirmar que se trata de uma condenação de caráter político, assim como foi a de Lula e de outras figuras da política burguesa.

“Ele não vai ficar oito anos na cadeia. Amanhã vão tirar ele por algum motivo”, ironizou, apontando que o objetivo principal é reforçar o clima de repressão política contra a direita bolsonarista.

Pimenta também abordou a intimidação judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital. Para ele, trata-se de um verdadeiro absurdo: “como você vai intimar uma pessoa na UTI? Você esperaria isso de uma ditadura ferrenha, não de um Judiciário num país que seria democrático”. O dirigente destacou que o episódio expõe o grau de arbitrariedade do STF e que a operação está sendo conduzida sem qualquer preocupação com a legalidade.

A respeito da repercussão da ofensiva do STF, Pimenta comentou a crítica publicada no semanário inglês The Economist, que alertou para os excessos da Corte. Segundo o dirigente, mesmo a imprensa imperialista, tradicional defensora do regime, vê com preocupação o caminho tomado pelo Judiciário brasileiro. Ainda assim, observou:

“O STF não quer saber. Você coloca uma pessoa como Alexandre de Moraes — é como soltar um doberman num parque de diversões infantil”.

Rui Costa Pimenta advertiu que todas as arbitrariedades cometidas contra o bolsonarismo serão incorporadas de maneira permanente ao regime político e judicial do País, aprofundando a transformação do regime democrático em uma ditadura judicial. Ele recordou que, “quando teve a Lava Jato, nós e outras pessoas nos insurgimos contra a delação premiada”, denunciando desde o início que a destruição dos direitos democráticos atingiria toda a população.

O presidente do PCO retomou a famosa frase da ministra Rosa Weber, “eu não tenho provas, mas eu condeno”, para ilustrar a nova norma do regime:

“Hoje em dia, você praticamente não precisa provar nada. O Lula foi condenado sem provas. A Dilma foi condenada sem motivo nenhum, perdeu o mandato. E o Bolsonaro também está sendo condenado sem provas.”

Para Rui Costa Pimenta, a atual conjuntura configura um verdadeiro golpe de Estado: “ah, mas estamos numa cruzada contra o golpe de Estado…” — comentou ironicamente — “não, não é assim. Isso é um golpe de Estado. Introduzir a condenação sem provas é um golpe de Estado”.

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Last Update: 26/04/2025