Na última edição da entrevista concedida às sextas-feiras à TV247, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, abordou desde temas da política nacional, como a ofensiva contra o próprio Brasil 247, até da conjuntura internacional. Entre os destaques, denunciou o ataque do Instituto Conhecimento Liberta (ICL) ao Brasil 247, analisou a política de Donald Trump em relação aos BRICS e às guerras imperialistas e denunciou a política sionista diante do genocídio em Gaza.

ICL contra o Brasil 247

Rui Costa Pimenta criticou a atuação do ICL, apontando que determinadas figuras da esquerda agem como instrumentos do imperialismo. “Vimos isso no golpe de 2016: uma esquerda que, em parte, estava no bolso do imperialismo, atuou como ferramenta para derrubar o governo de Dilma Rousseff. Uma operação que favoreceu a extrema-direita”, declarou.

O dirigente do PCO destacou que há uma diferença entre uma crítica fundamentada ao PT e um ataque infundado, citando a declaração de Leandro Demori. “Ele acusou o Attuch de estar vendido para o Google, uma empresa estrangeira. É um ataque baseado em nada”, apontou.

Trump contra os BRICS e a China

Sobre a recente declaração de Donald Trump atacando os BRICS, Rui explicou que o alvo principal do ex-presidente norte-americano é a China. “O grande exportador dos BRICS é a China, que exporta muito para os EUA. Em relação à Rússia, com as tarifas, nada muda; o mesmo vale para o Irã. Para o Brasil, o impacto não é tão grande”, analisou.

O economista destacou que eventuais sanções ou tarifas impostas por Trump podem levar os BRICS a fortalecer seus laços comerciais internos e a buscar mercados alternativos. “As tarifas podem provocar uma maior venda para outros mercados ou estimular a diversificação industrial. É o caso do aço no Brasil, por exemplo”, comentou.

Rui também avaliou o estilo político de Trump, caracterizando-o como um negociador agressivo que aposta na criação de crises como estratégia. “Ele disse que ocuparia o canal do Panamá, mas, no fim, negociou com o governo panamenho para cortar benefícios da China. O objetivo dele era esse”, relembrou.

A política “anti-globalista” de Trump

Ao tratar da postura de Trump em relação às guerras imperialistas, Rui Costa Pimenta explicou que sua política é movida por interesses econômicos internos. “A política do Trump é uma política anti-‘globalista’. Um dos fatores dessa política ‘globalista’ é o déficit público, e o grande gasto são as questões militares. Por isso, ele falou: ‘tem que acabar com as guerras eternas’ — Iraque, Síria, Ucrânia, Palestina.”

Segundo Rui, a promessa do ex-presidente de reduzir o orçamento do Pentágono se insere em uma luta entre frações da burguesia nos Estados Unidos. “A crise do capitalismo se tornou tão grande que rompeu a unidade interna da burguesia norte-americana. A burguesia interna e a burguesia externa dos EUA entraram em choque devido à exportação de empresas para o México, a China, etc. Os empregos desapareceram e o mercado interno norte-americano começou a sofrer”, explicou.

Ele destacou que Trump representa um setor burguês que sofre as consequências da globalização neoliberal. “O Trump, por exemplo, vem da construção civil, que atua de forma interna. A indústria leve também atua no mercado interno, como o setor de eletrodomésticos. Esse setor está indo à falência devido à política globalista.”

Sionismo e a guerra em Gaza

Comentando o desenrolar do conflito na Faixa de Gaza, Rui Costa Pimenta criticou duramente a postura de “Israel”. “Os sionistas têm uma mentalidade canalha. Eles fazem um acordo e depois querem passar por cima porque é desfavorável. Então, o Hamas disse: ‘ou cumpram o acordo ou não vamos entregar os prisioneiros’.”

Ele também alertou para os custos da guerra para a entidade sionista. “Se a atuação militar começar de novo, vão morrer mais soldados israelenses. A guerra em Gaza não é de graça, eles vão pagar um preço alto. Não acho que tenham condições de pagar esse preço”, concluiu.

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Last Update: 15/02/2025