Na edição desta terça-feira (29) da Análise da 3ª, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), destacou o ressurgimento da luta operária na Europa e o colapso da política genocida do sionismo em Gaza, que tem obrigado o imperialismo a recuar diante da pressão da resistência palestina.
Um dos principais temas da análise foi o avanço do novo partido impulsionado pelos sindicatos britânicos, com apoio de Jeremy Corbyn. Para ele, trata-se de “um terremoto político” que evidencia “a maior crise da história do Partido Trabalhista”, com impacto direto sobre todo o sistema político do Reino Unido e da Europa. “Estamos diante de uma recuperação da classe operária”, afirmou. “O neoliberalismo destruiu milhões de empregos, mas agora o movimento operário começa a se reerguer”.
O fenômeno, segundo ele, se estende também à Alemanha, com o partido de Sahra Wagenknecht, e à França, com a aproximação de setores da França Insubmissa ao operariado. Nos EUA, a política de Trump de reindustrialização pode ter o mesmo efeito. “A tendência é recuar da globalização e fortalecer as economias nacionais, sob pressão das massas.”
Na Faixa de Gaza, Pimenta avaliou que “o exército israelense apresenta sinais de decomposição”, enquanto a resistência avança, inclusive com a captura de soldados. O dirigente criticou a manobra do imperialismo de fingir oposição a Netaniahu. “Agora Macron, Starmer, até o Globo e o Pedro Doria descobriram que ele é genocida”, ironizou. “Mas é só uma operação cínica, querem evitar que o regime sionista saia de Gaza em debandada, como foi no Afeganistão.”
Segundo o presidente do PCO, o imperialismo tenta reorganizar a Autoridade Palestina como governo fantoche. “Essa eleição que querem fazer é uma fraude. A Autoridade Palestina está desmoralizada, só sobrevive com repressão.” Ele lembrou que “a fome está sendo usada como arma de guerra” e que nem Hitler chegou ao ponto de impedir completamente a alimentação nos campos de concentração. “É o pior caso da história. A resistência é a única força que tem imposto derrotas ao sionismo.”
No Brasil, Pimenta denunciou a escalada ditatorial do STF. A decisão de Alexandre de Moraes de proibir acampamento de um deputado na Praça dos Três Poderes foi classificada como “totalmente inconstitucional”. “Você vive num país onde não pode se manifestar. Isso é uma ditadura”, afirmou. Ele citou voto anterior do próprio STF contra limitação de protestos na Esplanada. “Manifestação não precisa ter data para acabar. Isso é ridículo”.
Outro ataque aos direitos democráticos, segundo ele, é a proibição do uso de fardas por militares réus. “Se fosse eu, ia de palhaço. É manipulação do processo”, criticou.
Rui comentou ainda o fracasso do governo Lula. “Só estão satisfeitos os que não tinham expectativa nenhuma. Do ponto de vista dos trabalhadores, é um desastre total”. E alertou para o cenário eleitoral de 2026: “A burguesia quer Lula nem Bolsonaro. Mas será que vai conseguir? O Bolsonaro não entregou a rapadura. E o governo Lula já capitulou à chantagem de Trump”.