Na tarde deste sábado (10), o Centro Cultural Benjamin Péret, no centro de São Paulo, sediou um importante debate sobre os 50 anos da vitória do Vietnã contra o imperialismo norte-americano. A atividade, organizada pelo Partido da Causa Operária (PCO), contou com a exposição do companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do partido.

A mesa fez parte da programação política do dia da vitória dos trabalhadores sobre o fascismo, que teve início pela manhã com um ato em celebração aos 80 anos da derrota do nazismo, promovido pela Internacional Antifascista — articulação internacional da qual o PCO faz parte.

Transmitida ao vivo pela Causa Operária TV, a atividade atraiu militantes e interessados em compreender o impacto histórico e atual da luta vietnamita. Para Rui Costa Pimenta, a derrota dos EUA em 1975 foi um divisor de águas na história do século XX.

“Foi o primeiro grande golpe contra o imperialismo depois da Segunda Guerra. A vitória do povo vietnamita mostrou ao mundo que o império pode sangrar. E sangrou muito”, afirmou Rui.

O imperialismo mais criminoso da história

Na palestra, o dirigente do PCO detalhou o verdadeiro caráter da guerra do Vietnã, frequentemente apagado ou falsificado pela propaganda imperialista. Rui trouxe dados que desmontam a narrativa “democrática” dos Estados Unidos, revelando o genocídio cometido no Sudeste Asiático.

Os EUA despejaram 7,6 milhões de toneladas de bombas sobre o Vietnã — cinco vezes mais do que Hitler lançou durante toda a Segunda Guerra Mundial. Utilizaram armas químicas como o Agente Laranja, provocando centenas de milhares de mortes diretas e deformações genéticas que ainda afetam o povo vietnamita.

“Só de bombardeio, mataram mais de um milhão de pessoas. Um país com 15 milhões de habitantes perdeu quase 10% da população. Isso é genocídio. Isso é crime de guerra”, denunciou Rui.

Ele lembrou que a mesma tática de destruição total está sendo aplicada hoje em Gaza, com apoio irrestrito do imperialismo europeu e norte-americano. “O que Netanyahu faz hoje é uma miniatura do Vietnã”, declarou.

A lição histórica do Vietnã: o imperialismo pode ser derrotado

A resistência do povo vietnamita foi marcada pela coragem, inventividade e organização popular. Rui relatou episódios históricos de heroísmo, como a fabricação de armas caseiras pelos vietcongues e o uso de armadilhas de bambu contra os soldados norte-americanos.

“Eles começaram com um fuzil, e fizeram dezenas, centenas de réplicas. Chegaram a usar varas de bambu para ferir soldados inimigos. Cada ferido exigia dezenas de militares para ser socorrido. Era uma luta desigual, mas era uma luta justa, e por isso venceram”, pontuou.

O dirigente também destacou que a vitória do Vietnã não foi apenas militar, mas política e moral. A guerra causou uma crise social nos Estados Unidos e impôs limites ao seu poder de intervenção, que jamais foram plenamente superados.

A herança do Vietnã vive na Palestina e na resistência dos povos

Rui mostrou como as táticas e o exemplo da guerra do Vietnã continuam vivos nas lutas atuais. A resistência palestina, por exemplo, se inspira diretamente nas lições deixadas pelos vietnamitas.

“Os túneis de Gaza não surgiram do nada. Foram inspirados nos túneis do Vietnã. A luta continua, e é preciso entender que não existe imperialismo democrático. O imperialismo americano é mais violento que o nazismo. Mais bombas, mais mortes, mais destruição”, afirmou.

A fala também abordou o papel traiçoeiro das instituições do regime burguês. Rui criticou duramente a ilusão de que seja possível combater o fascismo ao lado da “democracia” imperialista:

“É como tentar matar uma raposa chamando um tigre. No fim, o tigre come você. Quem derrota o fascismo é o povo mobilizado. Não é Alexandre de Moraes, não é o STF. É o povo nas ruas”, concluiu.

Para assistir à palestra completa acesse na COTV:
https://www.youtube.com/live/4hCAju0K6XQ?si=UVCXEBjS7k74wT8i

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Last Update: 11/05/2025