No programa Análise da 3ª, transmitido pela Rádio Causa Operária no YouTube, o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, abordou diversos temas da conjuntura política nacional e internacional.
O 8 de janeiro e a extrema direita
Para Rui Costa Pimenta, a tentativa de caracterizar o 8 de janeiro como um golpe de Estado não se sustenta. Ele rejeitou a comparação com episódios históricos de levantes reacionários, apontando que não houve um enfrentamento real contra o aparato de segurança. “A única coisa que eu vi foi um ato público muito mal organizado da extrema direita, onde o pessoal entrou no palácio e quebrou uns móveis e umas vidraças. Não teve nem enfrentamento com a polícia para dar aquele ar de movimento reivindicativo violento”, afirmou.
O dirigente do PCO também ironizou a ideia de que o partido se recusaria a defender o governo caso houvesse uma real ameaça golpista. “O pessoal fala que foi um golpe de Estado, isso é um pega-trouxa. Se houvesse um golpe de verdade, o PCO estaria na primeira fila para defender o governo contra o golpe”, disse, reiterando que sua organização política historicamente combate qualquer avanço da extrema direita.
Trump, Estados Unidos e a guerra na Ucrânia
Outro ponto abordado no programa foi a relação entre o governo dos Estados Unidos e a guerra na Ucrânia. Rui Costa Pimenta argumentou que o conflito não depende exclusivamente do presidente norte-americano, mas sim dos interesses dos monopólios capitalistas do país. “Os grandes monopólios norte-americanos não obedecem o Trump, eles têm sua própria política”, destacou.
Ele explicou que a continuidade do financiamento à guerra na Ucrânia pode ser mantida independentemente da posição do ex-presidente Donald Trump, devido ao controle que o grande capital exerce sobre a política externa dos EUA. “Eles podem, por exemplo, desviar fundos de vários lugares para países europeus para financiar a guerra na Ucrânia. É uma questão que não está definida”, concluiu.
Óscar e a subserviência ao imperialismo
Rui também criticou o entusiasmo da esquerda brasileira com a premiação do Óscar, classificando essa postura como uma demonstração de subserviência ao imperialismo cultural dos Estados Unidos. “A esquerda entrou nesse fervor porque o cidadão ganhou um prêmio da indústria cinematográfica norte-americana, como se fosse a coisa mais espetacular do mundo. Parece que eles ganharam um prêmio de Deus”, ironizou.
Segundo ele, a premiação tem um caráter ideológico e manipulador, e o fato de um filme ser agraciado não deve ser visto como um grande feito político. “Esse negócio do Óscar é político, ideológico, manipulador”, reforçou.
A repressão policial e Alexandre de Moraes
Por fim, Rui comentou sobre a atuação de Alexandre de Moraes na Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo em 2015, comparando sua gestão com a de Guilherme Derrite, atual secretário da Segurança Pública do governo de Tarcísio de Freitas. Ele destacou um dado publicado pelo Estadão, segundo o qual a ROTA teria matado 21 pessoas em apenas 70 dias da gestão de Moraes, número equivalente ao total de mortes em todo o ano de 2013. Para ele, essa estatística evidencia o caráter repressivo do governo tucano à época.