O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União) protocolou um projeto de lei para que professores da rede municipal usem câmeras corporais, a exemplo do que acontece com policiais.

A ideia é impor a utilização dos equipamentos não apenas nas aulas, mas em todas as interações com os estudantes, dentro ou fora do ambiente escolar.

Nunes alega ser “imperioso” que os professores recorram a ferramentas tecnológicas para resguardar seus direitos. “É inadmissível que ainda tenhamos casos de professores que são ameaçados e, por vezes, até mesmo agredidos fisicamente por ‘alunos’ em plena sala de aula”, diz a justificativa do projeto.

O vereador ainda argumentou que as câmeras aumentariam a confiança da sociedade no trabalho dos professores, uma vez que teria acesso a “registros objetivos do que ocorre dentro da sala de aula, em especial em situações de indisciplina ou conflito”.

A proposta, contudo, está longe de ser unanimidade. Para o vereador da oposição Celso Giannazi (PSOL), ela é inconstitucional, por ferir os princípios da liberdade de cátedra.

“Além disso, não dialoga com as necessidades da cidade. Não é isso que vai melhorar a qualidade da educação em São Paulo”, criticou. É preciso, segundo ele, melhorar as condições oferecidas aos educadores.

Giannazi relembrou que Rubinho Nunes foi autor de um projeto de lei que previa multar organizações que fornecessem alimentos a pessoas em situação de rua. Ante a reação, o vereador do União Brasil suspendeu a tramitação.

“Esse projeto pretende punir os educadores. Um absurdo total, que não vai passar na Câmara Municipal”, projetou Giannazi sobre as câmeras. “É um ataque à educação e merece todo o repúdio.”

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Last Update: 23/04/2025