Subiu para três o número de mortos pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o início da semana. Segundo balanço atualizado da Defesa Civil estadual, divulgado nesta sexta-feira (20), há ainda uma pessoa desaparecida e mais de seis mil fora de casa. Ao todo, 90 municípios já registraram danos relacionados aos temporais, como alagamentos, deslizamentos, destruição de pontes e estradas, e elevação crítica no nível de diversos rios.

A terceira morte foi confirmada em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Um idoso de 72 anos, Mauro Perfeito da Silva, morreu após o carro em que estava ser atingido por uma árvore na Avenida Rubem Berta. Sua filha, de 37 anos, que o acompanhava, ficou ferida.

As duas primeiras vítimas fatais foram identificadas em Candelária e Caxias do Sul. Em Candelária, Geneci da Rosa, de 54 anos, morreu depois de ter o carro arrastado pela correnteza. Ela estava acompanhada do marido, de 65 anos, que continua desaparecido. Já em Caxias do Sul, Mario César Trielweiler Gonçalves, de 21 anos, morreu após a cabeceira de uma ponte ceder, fazendo com que seu carro fosse arrastado por um arroio.

O número de desalojados e desabrigados cresceu nas últimas 24 horas e já chega a 6 mil pessoas, segundo a Defesa Civil. Destas, 2 mil estão abrigadas em locais públicos. A cidade de Jaguari lidera em números absolutos, com quase mil atingidos — o equivalente a 10% da população local. De acordo com a prefeitura, 50% das estradas rurais foram destruídas e 45 pontes danificadas, superando os danos registrados nas enchentes de maio de 2024.

Em São Sebastião do Caí, há 502 desalojados e desabrigados. Cachoeira do Sul (481), Lajeado (440) e Santa Cruz do Sul (420) também apresentam número elevado de atingidos. Ao menos 276 pessoas foram resgatadas por equipes de emergência desde o início da semana. Donativos estão sendo reunidos em Porto Alegre e distribuídos para os municípios do interior.

O Serviço Geológico do Brasil confirmou o transbordamento de seis rios: Taquari (22,23 metros em Lajeado, acima da cota de 19 m), Caí (12,64 m em São Sebastião do Caí), Ibirapuitã (11,81 m em Alegrete), Ibicuí (11,15 m em Manoel Viana), Jacuí (8,19 m em Dona Francisca) e Paranhana (em Taquara). Há ainda previsão de elevação nas águas do Guaíba, em Porto Alegre, que nesta sexta estava em 2,59 m — abaixo da cota de inundação, mas com tendência de subida no fim de semana.

A previsão do tempo indica que as chuvas continuarão em parte do estado nesta sexta-feira. Segundo a MetSul Meteorologia, haverá precipitação moderada a forte em áreas do sul e leste gaúcho. A partir de sábado, a tendência é de estabilização, com entrada de uma massa de ar seco e frio. O tempo firme deve se manter ao longo do domingo.

A repetição de enchentes de grandes proporções no Rio Grande do Sul não é fruto de fenômeno natural imprevisível, mas consequência direta da política neoliberal imposta pelos sucessivos governos estaduais, especialmente sob a gestão de Eduardo Leite (PSDB). Em vez de investir em obras de contenção, drenagem, defesa civil e infraestrutura, o governo compromete os recursos públicos com o pagamento da dívida aos bancos. Enquanto o orçamento vai para os especuladores, o povo gaúcho segue morrendo, perdendo suas casas e enfrentando o abandono completo do Estado.

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Last Update: 21/06/2025