Um venezuelano apontado como um dos líderes de uma facção de tráfico de ouro é considerado foragido após ter instalado a tornozeleira eletrônica que usava em um homem que se passava por ele em Boa Vista, capital de Roraima. A fuga do suspeito foi constatada no último dia 10, cerca de um mês depois de o Supremo Tribunal Federal autorizar sua extradição.
A equipe responsável pela manutenção do equipamento identificou que o homem que cumpria prisão domiciliar não era Juan Gabriel Rivas Nunez, de 43 anos. Segundo as autoridades, Juancho, como é conhecido, integra a cúpula da facção Banda de Juancho e foi preso por comandar um esquema de contrabando de ouro na Venezuela.
Ele foi detido em novembro de 2023, em uma investigação da Polícia Federal. Desde então, aguardava extradição, cujo pedido foi formalizado pelo governo venezuelano e atendido em abril pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a relatoria do ministro Kassio Nunes Marques.
A decisão fixava condições específicas para a entrega, como a garantia de que Juancho não seria submetido à prisão perpétua, vedada pela legislação brasileira.
Procurada, a secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima informou que a fuga foi comunicada à PF e ao Supremo. Um inquérito foi aberto para apurar as circunstâncias do episódio. Também acompanham o caso a Corregedoria da Sejuc e a empresa responsável pelo fornecimento e pelo monitoramento das tornozeleiras eletrônicas.