Holocausto na Palestina. Foto: Omar Al-Qattaa/AFP

 

É crescente a repulsa no mundo inteiro ao holocausto palestino promovido pelo regime nazi-sionista de Israel.

Até mesmo a Alemanha, que sustenta uma postura histórica de apoio incondicional a Israel para tentar expiar a culpa pelo holocausto judeu durante o nazismo, mudou de postura.

“Chegou a hora de falar publicamente: o que está acontecendo atualmente [em Gaza] não é mais compreensível”, declarou o primeiro-ministro alemão Friedrich Merz.

No Brasil, artistas, intelectuais, ativistas sociais, políticos e partidos pediram em Carta ao presidente Lula o rompimento das relações diplomáticas e comerciais com Israel. Entendem ser “indispensável que o Brasil se junte às demais nações que aplicaram sanções ao regime israelense, rompendo relações diplomáticas e comerciais com o estado sionista de Israel”.

A Carta destaca que “Israel viola abertamente deliberações emanadas da Corte Internacional de Justiça [CIJ], colocando-se à margem do direito, além de desrespeitar o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral da ONU”.

Os/as signatários/as da Carta lembram que de acordo com parecer de especialistas da ONU, para o efetivo cumprimento da decisão da CIJ, os Estados nacionais devem “cancelar ou suspender relações econômicas, acordos comerciais e relações acadêmicas com Israel até que este cumpra as determinações para pôr fim ao genocídio, ocupação e apartheid e respeitar a autodeterminação do povo palestino”.

O rompimento das relações diplomáticas e comerciais com Israel sedimenta a posição do governo brasileiro de solidariedade ao povo palestino e de condenação do genocídio.

Mulher e criança fogem de escombros causados por bombas israelenses em Gaza. Foto: Reprodução

Dados do sistema Comex Stat do Ministério do Desenvolvimento [MDIC] mostram que o comércio entre Brasil e Israel, além de deficitário para o para o lado brasileiro, também é conveniente para a manutenção e reprodução da máquina nazi-sionista que executa o holocausto palestino.

Em 2024 o Brasil exportou US$ 725,1 milhões em produtos para Israel e importou US$ 1,15 bilhão, o que representa um déficit de US$ 425,6 milhões, ou 2,4 bilhões de reais no ano.

Na pauta de importações, 47,4% dos itens foram adubos, fertilizantes, nitratos e produtos do gênero, que totalizaram US$ 545,4 milhões. Existe uma interligação entre a fabricação de fertilizantes e a indústria bélica. Componentes químicos utilizados na produção de fertilizantes também são usados para a produção de munições e explosivos, área em que a indústria israelense se notabiliza.

Itens descritos como veículos blindados, bombas, granadas, munições, projéteis, armas de guerra, instrumentos de navegação aérea e espacial, lança-foguetes, lança-chamas, lança-torpedos, lança-granadas responderam por 6,9% das importações, ou US$ 79,4 milhões.

Por outro lado, 29,8% da exportação brasileira para Israel foi de petróleo [US$ 215 milhões], e 51,2% [US$ 371,3 mi] de produtos alimentícios, com destaque para a carne bovina, com 31,7 milhões de quilogramas exportados [US$ 164,5 milhões].

No total, a energia exportada pelo Brasil para abastecer a máquina de extermínio sionista e os alimentos exportados que alimentam as forças genocidas de ocupação e agressão representam 81% da pauta exportadora brasileira.

O rompimento das relações comerciais com Israel significa, portanto, o debilitamento de elos importantes da cadeia de ação do regime nazi-sionista de Israel, e traduz a dura condenação do Brasil ao holocausto palestino.

Os/as autores da Carta ao presidente Lula entendem que se o Brasil adotar essas medidas, dará um “exemplo a outros governos provocando uma onda necessária para que se encerre essa carnificina e para que os direitos inalienáveis do povo palestino sejam respeitados e garantidos em sua totalidade”.

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Last Update: 29/05/2025