No último dia 13 de maio, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, discursou na sessão de abertura do IV Fórum da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizado em Pequim, na China. Lula visitou o gigante asiático depois das comemorações do “Dia da Vitória”, em Moscou, onde, ainda na capital russa, encontrou-se com o presidente chinês, Xi Jinping, iniciando tratativas da agenda que teria na China.
Lula intensifica a parceria comercial com a China e a cooperação em diversas outras áreas buscando diminuir a dependência do Brasil no que diz respeito aos investimentos necessários ao desenvolvimento do País, recursos que por décadas sempre chegaram aqui por conta de acordos pactuados com o imperialismo – notadamente o norte-americano – sempre em condições enormemente desvantajosas para a economia nacional.
Foi anunciado que a China investirá 27 bilhões de reais em diversas áreas, mas sobretudo em infraestrutura energética, ferroviária, rodoviária, portos, etc. Lula declarou que “o apoio chinês é decisivo para tirar do papel rodovias, ferrovias, portos e linhas de transmissão. Mas a viabilidade econômica desses projetos depende da capacidade de coordenação de nossos países para conferir a essas iniciativas escala regional” (Portal 247, 13/5).
Uma das manifestações mais sintomáticas do atraso nacional se dá justamente na problemática do escoamento da produção agrícola nacional, juntamente com o transporte de bens de consumo. Algo em torno de 90% de todo o transporte de quase tudo que é produzido no país é feito por meio de rodovias, a maioria delas em péssimo estado de conservação, esburacadas e perigosas, o que contribui enormemente para a elevação no preço final dos produtos transportados.
Está mais do que na hora do Brasil modernizar as vias pelas quais são escoadas a produção nacional. O governo Lula deveria aproveitar a oportunidade dos recursos que estão sendo disponibilizados pelos chineses para construir milhares de quilômetros de ferrovias, implantando no país os modernos e velozes trens-bala, a exemplo do que fez a China, o que permitiu um espetacular arranque no desenvolvimento do país.
Ainda em seu discurso, o presidente destacou que “o Fórum CELAC-China comemora seu décimo aniversário este ano. Ao longo dessa década, os laços entre a América Latina e o Caribe e a China se fortaleceram. A China já é o segundo maior parceiro comercial da CELAC e um dos mais importantes investidores diretos na região. Recursos oriundos de instituições financeiras chinesas superam créditos oferecidos pelo Banco Mundial ou pelo BID. A parceria com a China é um elemento dinâmico para a economia regional” (Idem, 13/5).
Vale Destacar que o Banco Mundial, assim como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) são duas das maiores agências de financiamento e rapinagem sustentadas diretamente pelo imperialismo norte-americano.