Vou me consumir em plena luz do dia
por Romério Rômulo
Aqui estão, num despertar profundo
cada função anêmica do mundo
A treva solta e toda ela treva
num estado de missão que sempre leva
Em cada pata de ferro, monte, erro
a dura transgressão do meu desterro
Já vil, Cabral, moeda a todo passo
infecto em vida e em pedaço
No saibro de um corpo, relampejo
e cada osso é um ato de desejo
Quanto é mundo aqui? Quanto é viela?
se ela não me cabe e eu caibo nela?
Romério Rômulo (poeta prosador) nasceu em Felixlândia, Minas Gerais, e mora em Ouro Preto, onde é professor de Economia Política da UFOP e um dos fundadores do Instituto Cultural Carlos Scliar – Rio de Janeiro RJ.