Rogério Carvalho defende arcabouço fiscal e justiça tributária no programa Salão Nobre

O senador Rogério Carvalho (PT-SE), líder do PT no Senado, participou na última quarta-feira (19/3) do programa Salão Nobre, da TV Senado, e abordou temas centrais para o desenvolvimento econômico do país. Entre os assuntos discutidos, destacou-se o fortalecimento do arcabouço fiscal, a reforma tributária e medidas que beneficiam diretamente os trabalhadores, como a ampliação do empréstimo consignado para o setor privado e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Ele ressaltou a importância do novo arcabouço fiscal para garantir a estabilidade econômica do Brasil e disse que a mudança foi essencial para reduzir o déficit público e criar uma âncora fiscal eficiente.

“É quase uma mágica sair de um déficit de 240 bilhões em 2023 para 11 bilhões em 2024. Isso é um feito elogiável do ministro Haddad e do governo do presidente Lula. No final de 2024, as novas medidas de ajuste fiscal enquadraram todas as despesas dentro do arcabouço fiscal, incluindo as emendas e as desonerações”, revelou.

O senador também explicou que essa nova regra impede o crescimento descontrolado dos gastos públicos e limita o aumento das despesas a 0,6% acima do crescimento do PIB, desde que não haja déficit fiscal. “Isso é muito positivo, pois permitirá sempre gerar uma poupança para reduzir a dívida pública e tornar nossa economia mais competitiva”, acrescentou, enfatizando que a medida não significa o fim das emendas parlamentares, mas impõe regras mais rígidas para sua expansão em momentos de crise fiscal.

Reforma tributária: justiça fiscal e isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil
Outro ponto central abordado pelo líder do PT foi a reforma tributária, que já está no Senado e promete trazer maior equilíbrio na cobrança de impostos. O senador destacou a necessidade de uma tributação mais justa, beneficiando a população de renda mais baixa e cobrando mais de quem ganha mais.

“A reforma do Imposto de Renda é um dos capítulos mais importantes deste ano. O desafio será equilibrar a redução da arrecadação, com a isenção para quem ganha até R$ 5.000, e a necessidade de manter receitas estáveis”, frisou.

A proposta prevê a isenção para cerca de 30 milhões de brasileiros, reduzindo a carga tributária da classe trabalhadora. Para compensar essa renúncia fiscal, a ideia é aumentar a contribuição de grandes fortunas e de empresas que hoje são pouco tributadas. “Esse modelo é o mais justo. Hoje, por exemplo, uma pessoa que recebe 5 milhões de reais em dividendos não paga imposto sobre esse valor. Enquanto isso, alguém que ganha R$ 5.000 paga imposto. Isso não é justo”, pontuou.

Com isso, Carvalho defendeu a criação de uma alíquota progressiva para os mais ricos, garantindo equilíbrio fiscal sem penalizar a classe média e os trabalhadores.

Ampliação do crédito e reforma do sistema financeiro
Ainda durante a entrevista, Rogério apontou sobre a necessidade de ampliar o acesso ao crédito para micro e pequenos empreendedores e reduzir os altos juros cobrados pelos bancos, alertando sobre a dependência dos brasileiros do cheque especial e do cartão de crédito, cujas taxas são abusivas. Como solução, ele sugeriu a ampliação do empréstimo consignado para trabalhadores do setor privado.

“A reforma do crédito permitirá que trabalhadores com carteira assinada tenham acesso a empréstimos consignados com juros menores. Isso ajudará milhões de brasileiros a regularizar suas finanças, melhorar sua qualidade de vida e movimentar a economia”, disse.

Combate às fake news e transparência nas políticas públicas
Já sobre a “epidemia de disseminação de informações falsas, como a que ocorreu recentemente com a crise do PIX”, Rogério explicou que o governo ampliou o monitoramento de movimentações bancárias para valores acima de R$ 5.000, uma prática que já existia para transações acima de R$ 2.000, mas que foi distorcida pela oposição.

“A crise do PIX mostrou como informações podem ser distorcidas e criar narrativas falsas. Precisamos ter muito cuidado com a comunicação das políticas públicas para evitar que boas iniciativas sejam rejeitadas pela população”, concluiu.

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