O senador Luís Carlos (PT-SE) manifestou-se de forma firme em defesa dos produtores brasileiros de carnes bovina, suína e de frango após declarações polêmicas do CEO global do Carrefour, Pierre Dupont, na França. A polêmica envolveu o questionamento do francês quanto a qualidade da carne latino-americana e anunciou que as lojas da rede varejista francesa deixariam de comercializar produtos oriundos da região, incluindo o Brasil.
A posição do executivo gerou forte reação do governo brasileiro, que exigiu uma retratação formal do Carrefour, e o episódio foi tema de debate na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira, 26, onde Luís Carlos destacou a relevância global do setor de proteínas brasileiro e apontou os interesses políticos e comerciais por trás do ataque.
“Visitamos, no ano passado, países do Oriente Médio, a Coreia do Sul, o Japão, e nós somos responsáveis por 35% do mercado de frango do mundo. Ou seja, 35% do frango consumido no mundo é produzido no Brasil. Nós somos o quarto produtor de ovos do mundo e o quarto produtor e exportador de carne suína do mundo, além de sermos o segundo exportador e o maior produtor de carne bovina do mundo”, afirmou o senador.
Para Luís Carlos, a fala de Dupont ultrapassa questões comerciais e reflete uma estratégia diplomática contra os países do Mercosul. “Esse ataque não é um ataque inocente de uma rede de supermercado que não tem soberania para decidir sobre política e sobre comércio exterior. É um ataque da diplomacia e dos negociantes franceses e do governo francês contra o acordo do Mercosul com a União Europeia”, analisou.
O senador elogiou a resposta imediata do governo brasileiro, com destaque para a atuação do ministro da Agricultura, João Pedro. “Acho importante que essa reação do Governo do Brasil tenha ocorrido e acho mais importante ainda que o senador e o atual ministro João Pedro tenha se manifestado ontem em defesa desta posição dos mais de 40 produtores de carne bovina do Brasil e dos produtores de carne de frango, de proteína de frango no Brasil. Foi uma resposta rápida e necessária a essa agressão a todos os produtores e a indústria da proteína brasileira, que é uma das mais importantes, se não a mais importante do mundo”, acrescentou.