No Café PT desta sexta-feira (23), o coordenador do Setorial Nacional de Saúde do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT), Rodrigo Leite, destacou o papel estratégico da saúde pública e a importância de consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS) como política de Estado.

“O nosso trabalho é pautar as demandas dos usuários, dos gestores e dos trabalhadores desse grande sistema nosso que é o SUS, que o Brasil ousou, na Constituição de 88, dizer que saúde é direito de todos e dever do Estado”, afirmou.

Leite reforçou que pretende manter e ampliar a atuação coletiva voltada ao SUS. “Vamos continuar fazendo a defesa da saúde pública, do SUS e da classe trabalhadora que movimenta esse setor. Os trabalhadores da saúde estão presentes em mais de cinco mil municípios do Brasil”.

Valorização dos trabalhadores da saúde

O dirigente defendeu a criação de uma carreira nacional unificada para todos os profissionais de saúde no país, além da luta por pisos salariais dignos.

Ele reconheceu a importância do piso da enfermagem, mas apontou que a pauta deve ser ampliada para todas as categorias. “A enfermagem é muito importante, temos que avançar, mas o que nós temos defendido hoje é a carreira do SUS. Precisamos de equiparação e igualdade de direito nessas relações”.

Leite também alertou para os impactos da precarização e da “uberização” dos vínculos de trabalho no setor. “A precarização dos vínculos e dos salários compromete o acesso e o desempenho do trabalhador que vai prestar assistência à saúde”.

Durante a entrevista, o coordenador falou sobre o encontro recente com o senador Humberto Costa, também ex-ministro da Saúde e atual presidente do PT. “Vim trazer o abraço da nossa militância ao senador, porque ficamos muito honrados com sua presença na direção do partido. Nós somos o elo entre a direção do PT e os movimentos sociais, então esse diálogo é fundamental”, explicou.

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Industrialização da saúde

Além de coordenar a setorial, Leite também atua como coordenador de Serviços de Informação e Conectividade na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde do Ministério da Saúde (MS).

Ao Café PT, ele detalhou a importância dessa estrutura para fortalecer a soberania sanitária do país. “O governo Lula tem trabalhado fortemente na nova indústria Brasil. A estratégia nacional para o desenvolvimento do Complexo da Saúde tem como missão atender as demandas do SUS e ampliar o acesso”, afirmou.

Ressaltou ainda a relevância das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). “Fazemos acordos de transferência de tecnologia com laboratórios públicos, para produzir no Brasil medicamentos e insumos essenciais. Assim, garantimos acesso a preços mais justos e desenvolvemos a base industrial do país”.

Fake news e popularização da ciência

A entrevista também debateu o desafio do combate às fake news na área da saúde. “Nós tivemos um governo anterior negacionista e propagador de notícias falsas. A desinformação compromete a adesão a políticas públicas, como as campanhas de vacinação”, criticou.

Leite defendeu a popularização da ciência como forma de democratizar o conhecimento e combater boatos. “Temos que levar a informação científica numa linguagem popular para que as pessoas tenham informação correta. E quem está ouvindo precisa aprender a checar as fontes oficiais”.

Ele também celebrou a importância simbólica do personagem Zé Gotinha. “Ele é uma referência. Está voltando às escolas, aos jogos, às ruas. É uma forma de resgatar a confiança nas vacinas e envolver as famílias”.

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Reindustrialização

Ao comentar a retomada da política industrial voltada à saúde, o coordenador enfatizou que o objetivo do governo Lula é “uma indústria que trabalha para a vida e coloca a economia a favor da vida”.

“O SUS é o maior comprador de tecnologias em saúde. Nós estamos convocando o parque industrial brasileiro para produzir o que o SUS precisa. Em troca, o governo garante mercado e usa o poder de compra do Estado para desenvolver a indústria nacional”, afirmou.

Ele exemplificou com a recente incorporação ao SUS de um tratamento caríssimo para Atrofia Muscular Espinhal. “O custo é de 7 milhões de reais por paciente. Investir na produção nacional pode baratear esse valor e garantir acesso universal”.

“É necessário que a gente, enquanto classe trabalhadora, leve a verdade e brigue pela verdade. A luta pela saúde pública é permanente”.

Da Redação

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Last Update: 23/05/2025