O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, inicia, nesta quinta-feira 4, seu período de férias e escolheu Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC, como seu substituto interino.
Indicado por Lula (PT), o economista ficará no comando da autarquia até o próximo dia 19. Ele já havia substituído Campos Neto no final de junho, durante a passagem do banqueiro pelo Fórum de Lisboa.
Galípolo é, atualmente, o nome mais cotado para substituir Campos Neto de forma definitiva ao final do mandato, em dezembro deste ano. A indicação cabe ao presidente Lula e precisa ser aprovada pelo Senado Federal. O economista já ocupou o posto de secretário-executivo do Ministério da Fazenda antes de se tornar diretor do Banco Central.
Como interino, Galípolo comandará o BC em um momento de tensão entre Lula e Campos Neto. O petista tem ampliado as críticas ao banqueiro após o Comitê de Política Monetária (Copom) interromper o corte na taxa de juros, a Selic. Lula acusa Campos Neto de ter ‘viés político’ na gestão do banco.
Galípolo, no entanto, não comandará nenhuma reunião deliberativa sobre a Selic. O próximo encontro do Copom está agendado para o dia 30 de junho, data posterior ao retorno de Campos Neto ao cargo.
A alta do dólar também é um ponto de embate entre o político e o presidente da autarquia. Lula tem apontado possível especulação para desvalorizar o real e cita uma suposta omissão do BC no caso. No curto período como presidente, dificilmente, Galípolo tomará alguma decisão capaz de mudar a percepção sobre o tema.
Apesar de favorito, Galípolo ainda não foi definido por Lula como substituto de Campos. Em entrevistas recentes, quando questionado sobre o tema, o presidente evitou antecipar quem são os cotados e se limitou a dizer que a próxima indicação deve estar mais alinhado com o projeto de governo e, provavelmente, resolverá o problema na taxa de juros.
Galípolo, vale lembrar, votou com Campos Neto na última reunião. Sabe-se, por fim, que Aloizio Mercadante, atualmente no BNDES, e Guido Mantega, ex-ministro de Dilma, também são mencionados nos bastidores como possíveis indicações.