Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21), o Vaticano iniciou os ritos previstos para o funeral de um pontífice. As cerimônias seguem o “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”, atualizado em 2024 com a aprovação do religioso.
A nova versão simplificou etapas, incluindo a eliminação do uso de três caixões – cipreste, chumbo e carvalho – por um único modelo de madeira com revestimento de zinco, conforme desejo do pontífice.
A confirmação da morte agora acontece na capela privada do Papa, abandonando práticas simbólicas como o toque de martelo de prata na testa.
Durante o período de sede vacante, o comando administrativo do Vaticano passa para o Colégio Cardinalício, sob coordenação do camerlengo.
O atual titular do cargo é o cardeal Kevin Joseph Farrell, escolhido por Francisco em 2019 – ele assume a responsabilidade de proteger os bens da Santa Sé, organizar reuniões com os cardeais e planejar todos os ritos fúnebres.
O camerlengo lacra o quarto e o escritório do papa assim que atesta sua morte. Em seguida, os cardeais e chefes de Estado são informados. O funeral segue um cronograma de nove dias de homenagens, com o sepultamento programado entre o quarto e o sexto dia. O corpo é inicialmente exposto na Sala Clementina, depois transferido para a Basílica de São Pedro, onde fiéis podem se despedir.
Morte de João Paulo II e Bento XVI
Em 2005, a morte de João Paulo II reuniu cerca de 3 milhões de pessoas no Vaticano. O corpo foi velado por seis dias, e a missa de funeral foi acompanhada por 500 mil pessoas na praça São Pedro.
O evento mobilizou 6.000 jornalistas e foi transmitido por 130 emissoras de quase 100 países. João Paulo II foi enterrado sob a basílica, sendo transferido em 2011 para uma capela no interior da igreja.
Já o funeral de Bento XVI, em 2022, teve proporções menores. Como ele havia renunciado em 2013, era considerado papa emérito – cerca de 200 mil pessoas participaram do velório, e a missa contou com a presença de aproximadamente 50 mil fiéis.
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