Técnicos encontraram urubus nas margens, que são atraídos pela decomposição de matéria orgânica em Icém (SP) — Foto: Arquivo pessoal.

Um laudo solicitado por pescadores revelou um cenário alarmante no Rio Grande, entre Fronteira (MG) e Icém (SP): níveis irregulares e perigosos de ferro, cobre, amônia e outros resíduos, em descumprimento à legislação ambiental. Trata-se de um risco grave para a fauna, a flora e, principalmente, para as populações que dependem dessa água para abastecimento.

As análises mostram que a contaminação vai muito além do aceitável: concentração de nitrogênio amoniacal quatro vezes acima do limite legal, sólidos sedimentáveis oito vezes acima do permitido, cobre e ferro dissolvidos em níveis tóxicos para a vida aquática. Em alguns trechos, há até suspeita de lançamento irregular de esgoto bruto, com presença de urubus nas margens — um retrato cruel do descaso ambiental.

Esse quadro não é fruto do acaso. É resultado de uma lógica que vê rios e mananciais como simples “meios de descarte” para reduzir custos, sem compromisso com a preservação ou a saúde pública. Empresas e governos têm obrigação legal e moral de garantir tratamento adequado e evitar que poluentes cheguem aos nossos recursos hídricos.

O Sintaema alerta: a defesa da água como bem público não é só contra a privatização e a mercantilização, mas também contra a degradação e a contaminação dos nossos mananciais. O que acontece no Rio Grande é um crime contra o meio ambiente e contra o povo.

Seguiremos exigindo investigação rigorosa, responsabilização dos culpados e medidas urgentes para recuperar a qualidade da água. Água limpa é vida — e vida não pode ser tratada como resíduo.

Defender nossos rios é defender o futuro. O Sintaema está na luta para garantir que a água continue sendo um direito de todos e um patrimônio ambiental protegido.

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Last Update: 14/08/2025