Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, defendeu, em entrevista ao UOL, a recente privatização do serviço funerário da cidade, medida que tem sido amplamente criticada pela população. O prefeito reconheceu, no entanto, que a terceirização apresenta falhas que precisam ser corrigidas.
Na ocasião, Nunes também abordou a possibilidade de aterramento da rede elétrica da cidade pela concessionária Enel e comentou as polêmicas envolvendo a suposta privatização do Largo da Batata. A proposta, que renomearia o local para “Largo da Batata Ruffles” em ação patrocinada pela PepsiCo, teve forte rejeição popular.
O senhor está satisfeito com o serviço prestado pelas concessionárias que assumiram o serviço funerário?
Primeiro eu tenho que dizer que esse era o pior serviço da prefeitura. E hoje está melhor.
Essa é a avaliação do senhor? Há alguma pesquisa que mostre essa percepção de melhora por parte da população? Porque as reclamações são inúmeras, desde descumprimento da tabela até retomada de jazigos sem aviso prévio.
Tá melhorando. Veja as agências funerárias. A gente tinha 14 antes, e hoje são 40 e poucas. Carros eram 20. Hoje são cerca de 80. Agora, vai resolver de uma hora para a outra? Não tem como, porque tem etapas, né?
Então o senhor reconhece que o serviço prestado ainda não está bom. E tem alguma proposta para acelerar esse processo?
Há uma negociação com as concessionárias para anteciparmos o prazo final de reforma dos cemitérios, que está previsto para 2027. Daí, em troca, eu jogo o pagamento da outorga variável (parcela durante a vigência do contrato) lá para frente. Agora, nós estamos falando de um negócio. E esse negócio fica bom quando é bom para o poder público e para o privado. O cara não vai fazer uma doação, ele vai fazer um investimento para poder ter o retorno.
O senhor cancelou a parceria anunciada para o Largo da Batata, em Pinheiros. Por quê?
A empresa (PepsiCo) anunciou termos diferentes da parceria prevista. Em nenhum momento autorizamos a mudança de nome do Largo da Batata. Era para ser a adoção de uma praça apenas, que é um processo cotidiano. O que eles queriam fazer ali é outra coisa e exige aval da CCPU (Comissão de Proteção à Paisagem Urbana). Temos esse modelo de revitalização do espaço público, mas ele exige chamamento público, projeto etc.