O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), convidou o presidente do Banco Central, Roberto Costa, para integrar seu governo. A proposta foi feita nesta segunda-feira (23), mas o economista afirmou que pretende tirar dois meses de férias após deixar o cargo em janeiro, antes de decidir seu futuro profissional. Com informações do UOL.
Paralelamente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também demonstrou interesse em trazer Costa para sua equipe. Caso a parceria se concretize, analistas políticos apontam que as eleições de 2026 podem ganhar contornos mais claros nesse campo político, com Tarcísio como candidato à Presidência da República e Costa assumindo o Ministério da Fazenda.
Apesar do favoritismo de Tarcísio, sua candidatura à Presidência em 2026 ainda depende do aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Interlocutores próximos ao governador destacam que ele só renunciaria ao cargo em abril de 2026 com o apoio de seu padrinho político.
No entanto, a imprevisibilidade de Bolsonaro e sua inelegibilidade, considerada irreversível, geram incertezas. Especialistas comparam o cenário ao de 2018, quando Lula (PT) insistiu na candidatura até o último momento.
Independentemente de suas decisões profissionais, Costa é visto como uma peça-chave na construção de uma candidatura de centro-direita para 2026. Caso aceite trabalhar no governo de Tarcísio, ele poderá ganhar destaque, sendo até mesmo cogitado como candidato presidencial desse grupo político.
Marqueteiros da centro-direita avaliam Costa como um bom nome, mesmo que ainda pouco conhecido do eleitorado. Segundo eles, o cansaço do público com disputas ideológicas pode abrir espaço para propostas concretas, cenário favorável para o perfil técnico do economista.
Atualmente, Costa trabalha na produção de um livro sobre sua passagem pelo Banco Central. Durante uma palestra em junho, ele enfatizou que seu foco imediato será descansar: “Já falaram que eu vou abrir fintech em Miami, já falaram que eu ia trabalhar em indústria, já falaram que eu ia ser ministro, já falaram que ia ser tanta coisa, e a única coisa que eu posso garantir é que vou dar um descanso durante esse tempo”.
Indicado ao Banco Central em 2019 com apoio até de opositores, que o consideravam “um nome moderno”, Costa sai do cargo sob críticas do PT e do governo federal. As críticas se concentram nos aumentos consecutivos da taxa de juros para conter a inflação, movimento visto como “sabotagem” por alguns setores.
No campo da direita, além de Tarcísio e Costa, governadores como Ratinho Júnior (PR), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO) também aparecem como potenciais candidatos. A inelegibilidade de Bolsonaro é vista como um alívio por esses grupos, que buscam se afastar do extremismo e reposicionar a direita no espectro político.
O PP, comandado por Ciro Nogueira, já sinalizou esse reposicionamento ao se alinhar ao centro, como demonstrado em artigo publicado na Folha, indicando uma estratégia de isolamento do ex-presidente Bolsonaro.
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