Deputado petista defende a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil
Diante da proposta do Governo Lula pela revisão do Imposto de Renda (IR), o líder da Maioria, deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), reforçou como a medida é um passo fundamental rumo à “justiça social e econômica” no Brasil. O parlamentar falou em plenário nessa quarta-feira (23), que o projeto não apenas alivia a carga tributária sobre os mais pobres, mas também corrige distorções históricas que favorecem os mais ricos, especialmente aqueles que vivem de dividendos e lucros tributados.
Leia mais: Novo Imposto de Renda: taxar os mais ricos para aliviar os menos favorecidos
“O maior desafio para garantir o desenvolvimento econômico com justiça social é fazer justiça tributária”, afirmou Chinaglia, ao destacar que a proposta enviada pelo governo prevê a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais a partir de 2026. Segundo o deputado, esse avanço resultará na isenção de IR para 20 milhões de brasileiros. “De cada dez contribuintes do Imposto de Renda, nove serão beneficiados com a proposta, seja pela isenção, seja pela redução da carga tributária”, frisou.
Reforma do IR
O parlamentar criticou o fato de que 0,06% da população brasileira, composta por pessoas com rendas milionárias oriundas de dividendos, não paga imposto sobre grande parte de sua renda. “Quem ganha até R$ 600 mil por ano não pagará um centavo a mais com essa proposta. Já quem ganha mais de R$ 1 milhão ao ano, vai contribuir com apenas 7,5% dessa renda que antes não era tributada, o mesmo percentual que a camada mais pobre já paga”, explicou.
Frisando que a reforma do IR proposta pelo governo não impacta a classe média, o deputado Arlindo Chinaglia contrapôs os argumentos de setores conservadores que dizem: “não se trata de cobrar mais dos assalariados comuns, mas de corrigir a injustiça de quem ganha fortunas e paga menos imposto proporcionalmente”, pontuou.
Aumento no consumo
Chinaglia também respondeu às preocupações de prefeitos sobre possíveis quedas de arrecadação. O deputado explica que o aumento do poder de compra da população, com mais dinheiro no bolso dos trabalhadores, gera consumo e, consequentemente, amplia a arrecadação de municípios e estados.
Leia mais: O novo Imposto de Renda: quem ganha e como a economia se fortalece
Para o deputado, o sistema tributário brasileiro precisa deixar de ser um escudo para os mais ricos e se tornar um instrumento de redistribuição de renda. “Estamos falando de quem ganha mais de R$ 1,5 milhão por ano, que passará a pagar, no máximo, 10% dessa renda extra. Isso não afeta o bem-estar de quem já vive no topo, mas faz enorme diferença para quem precisa de justiça”, afirmou.
Justiça Social
O Brasil vive recordes de ganhos na massa salarial, como lembrou o deputado Chinaglia, com baixo desemprego e reajuste real do salário mínimo. Conquistas que precisam ser acompanhadas por uma tributação mais justa. “Não dá mais para proteger quem não precisa de proteção e abandonar quem mais precisa de justiça”, argumentou. “Essa reforma do IR é um convite para que todos os parlamentares, de todas as posições ideológicas, ajudem a construir um país mais justo”, finalizou.
Leia mais: O novo Imposto de Renda: mais justiça tributária
Elisa Alexandre