O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

Uma audiência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, marcada para a tarde desta terça-feira (24), é a nova aposta de bolsonaristas para acelerar a aplicação de sanções americanas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

A participação do golpista Paulo Figueiredo, crítico de Moraes, foi articulada por parlamentares alinhados ao presidente Donald Trump e por interlocutores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O encontro discutirá casos de repressão política transnacional por governos estrangeiros.

Figueiredo, que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, já declarou que usará a audiência para denunciar o que chama de “perseguição sistemática de brasileiros em solo americano através de ordens extraterritoriais” atribuídas a Moraes.

A reunião contará com entidades como a Anistia Internacional e outras organizações de direitos humanos. Embora Alexandre de Moraes não esteja citado formalmente na pauta, Paulo Figueiredo é apresentado como “jornalista investigativo”.

O “roteiro” de Paulo Figueiredo

Aliado próximo da família Bolsonaro, Figueiredo informou que mencionará outros fujões investigados pelo STF, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se autoexilou nos EUA; Carla Zambelli (PL-SP), atualmente foragida na Itália; além de Filipe Martins, Allan dos Santos e Rodrigo Constantino, todos residentes nos Estados Unidos.

O cérebro': Paulo Figueiredo tenta articular sanções contra STF nos Estados Unidos - ICL Notícias
O golpista Paulo Figueiredo ao lado do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Reprodução

Elon Musk também será citado, após sua rede social, o X, ter sido suspensa no Brasil por decisão de Alexandre de Moraes em 2024. A medida ocorreu depois de a plataforma se recusar a cumprir ordens judiciais e não nomear um representante legal no país.

Para os bolsonaristas, a fala de Figueiredo na comissão da Câmara americana será registrada oficialmente e poderá servir como base para pressionar a Casa Branca a discutir sanções contra Moraes.

Segundo aliados de Bolsonaro, a própria convocação de Figueiredo indica que há menos resistência a uma ofensiva internacional contra integrantes da Suprema Corte brasileira.

A comissão é presidida pelo democrata James McGovern (Massachusetts), que já havia negado a participação de Figueiredo anteriormente. O vice, por sua vez, é Chris Smith (Nova Jersey), forte aliado do bolsonarismo e autor de outro projeto de lei que menciona Moraes e o Judiciário brasileiro.

Figueiredo foi denunciado pela PGR em março por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio da União e deterioração de bem tombado. Ele também teve perfis suspensos nas redes sociais e seu passaporte foi cancelado por ordem de Moraes no inquérito das fake news.

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Last Update: 24/06/2025