O recado da chefe de ratings soberanos da Fitch Ratings para Américas e Ásia, Shelly Shetty (foto/reprodução internet), é duro, mas preciso: o Brasil não recuperará o grau de investimento no curto prazo. O problema central não é a ausência de metas, mas a incapacidade de cumpri-las. O governo exibe âncoras fiscais e boas projeções, mas entrega déficits recorrentes. A dívida/PIB é pior do que em 2015, quando perdemos o investment grade, e a credibilidade segue em xeque. O rating “BB” com perspectiva estável soa quase como um aviso: sem reformas estruturais e disciplina duradoura, qualquer bonança de arrecadação é apenas paliativo. A retórica fiscal pode agradar no discurso, mas não substitui a matemática do orçamento.
