Neste domingo (8), o Barco Madleen, parte da coalizão Flotilha da Liberdade, foi cercado pelas forças israelenses de ocupação e seus ativistas, incluindo o brasileiro Thiago Ávila, foram sequestrados e levados para “Israel”. 

Conforme noticiado neste Diário, a embarcação carregava ajuda humanitária, levando fórmula infantil, farinha, arroz, fraldas, produtos sanitários femininos, kits de dessalinização de água, suprimentos médicos, muletas e próteses infantis para os palestinos de Gaza. Os ativistas tinham como objetivo romper o cerco marítimo “israelense” contra Gaza. 

Diante do sequestro dos ativistas, as organizações da Resistência Palestina emitiram condenações, condenando fortemente o sequestro.

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), em sua declaração, denunciou a intercepção da embarcação e o sequestro dos ativistas como sendo um ato de pirataria e terrorismo de Estado, bem como exigiu a imediata libertação dos ativistas detidos, exortando às Nações Unidas (ONU) e demais organismos internacionais a agirem. Ao mesmo tempo, o Hamas reiterou que o bloqueio a Gaza é um crime que deve ser confrontado.

O partido, que lidera a resistência palestina, também saudou os ativistas por sua coragem e solidariedade, destacando que esta iniciativa, e outros esforços de solidariedade vindos da população de países como Argélia, Tunísia e Jordânia refletem o crescente fracasso da propaganda israelnese e, por outro lado, a força o apoio internacional a Gaza. O Hamas destacou que estas iniciativas demonstram que Gaza não está sozinha e continua sendo apoiada pela consciência global.

Declarações também foram emitidas pela Jiade Islâmica, Comitês de Resistência na Palestina, Movimento Mujahideen Palestino, Frente Popular pela Libertação da Palestina, Movimento Ahrar. Elas denunciaram a interceptação do Barco Madleen como crime de guerra, ato covarde da pirataria, bem como consideram “Israel” inteiramente responsável por manter os ativistas seguros. As citadas organizações também saudaram a coragem dos ativistas em confrontar o cerco, bem como exigiram a imediata libertação deles. Além disto, frisaram que essa repressão não irá silenciar as vozes de solidariedade global a Gaza.

No mesmo sentido foi a declaração do Hesbolá, partido revolucionário libanês, que denunciou a detenção dos ativistas  e a prevenção da chegada de ajuda a Gaza como prova da falência moral e política da ocupação. 

Em informe publicado nesta segunda-feira, a coalizão Flotilha da Liberdade denunciou que “já se passaram 15 horas desde a última vez que vimos ou tivemos notícias de nossos amigos e camaradas. Não nos foi permitido nenhum contato”, afirmando que “é claro que a mídia israelense alega que nenhum voluntário foi ferido. Mas o impacto psicológico de ser sequestrado à força por uma força militar que está conduzindo um genocídio em Gaza e outros crimes de guerra em todo o mundo, além de ficar isolado de amigos, familiares e colegas do FFC, é ilegal, além de angustiante e um atentado à solidariedade”.

Em vídeo que circula as redes sociais, o brasileiro Thiago Ávila denuncia ter sido “detido ou sequestrado por ‘Israel’ ou outra força cúmplice”, pedindo ao governo brasileiro para romper relações com “Israel”

Milhares de pessoas tentarão romper o cerco terrestre a Gaza

Nesta segunda-feira (09), o canal de comunicação Resistance News Network (RNN), hospedado no Telegram, noticiou que entre os dias 12 e 15 de junho, milhares de pessoas tentaram romper o bloqueio terrestre a Gaza, a partir do Egito. Conforme RNN, estas pessoas realizaram uma jornada de três dias no deserto, de Cairo a Rafá (cidade no sul de Gaza, fronteira com o Egito), enquanto uma equipe egípcia cuidará da comida e de outras acomodações.

RNN também informou que um comboio massivo partirá da Tunísia nesta terça-feira (10), também em direção a Gaza, para romper o cerco terrestre contra o enclave palestino. O canal de comunicação informa que quase 10 mil pessoas, vindas da Tunísia, Mauritânia, Argélia, Líbia e Marrocos, fazem parte do comboio. RNN informa ainda, citando os organizadores da iniciativa, que este é o primeiro comboio terrestre a Gaza desde o início da atual guerra genocida, e que o objetivo não é apenas a entrega de ajuda humanitária, mas também romper o cerco.

Conforme afirmado pelo Hamas, na declaração já citada, tais iniciativas refletem o crescente fracasso da propaganda israelense e, por outro lado, a força e o apoio internacional a Gaza.

Palestinos continuam sendo executados nos ‘centros de ajuda humanitária’

Em informe de publicação diária, o Ministério da Saúde de Gaza informou que, nesta segunda-feira (09), pelo menos seis palestinos foram executados pelas forças israelenses de ocupação, quando novamente buscavam comida e ajuda humanitária nos “centros da ajuda humanitária”, gerenciado pelos EUA e por “Israel”. Além dos mortos, mais de 99 foram feridos.

Assim, o número de palestinos que foram mortos ao buscar ajuda em tais centros já é de mais de 127, sendo que o número de feridos supera 1.287.

No dia anterior, um novo massacre já havia sido perpetrado, quando “treze civis foram martirizados e outros 153 ficaram feridos em graus variados depois que forças de ocupação e pessoais de uma empresa de segurança dos EUA abriram fogo contra civis famintos reunidos perto de dois pontos de distribuição de ajuda humanitária — uma na província oriental de Rafah e outro perto da Ponte Wadi Gaza”, conforme informado pelo Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza, que denunciou que “a ocupação ‘israelense’ transforma os ‘centros de ajuda humanitária EUA-Israelenses’ em matadouros humanos”.

Em nova declaração, publicada nesta segunda-feira, o Gabinete denunciou que “a Fundação GHF é um braço da ocupação “israelense”, não uma entidade humanitária: responsável por mais de 130 mártires e 1.000 civis feridos e famintos em duas semanas, enquanto espalha mentiras baratas”. Leia a declaração na íntegra:

“Gabinete de Impressa do Governo:

A Fundação GHF é um braço da ocupação “israelense”, não uma entidade humanitária: responsável por mais de 130 mártires e 1.000 civis famintos feridos em duas semanas, enquanto espalha mentiras baratas

A chamada “Fundação Humanitária de Gaza (GHF)” continua promovendo mentiras fabricadas, alegando falsamente que a resistência palestina ameaça suas equipes e impede a distribuição de ajuda. A realidade escancarada, porém, é que essa fundação nada mais é do que uma frente de propaganda do exército de ocupação “israelense”. É dirigida por oficiais americanos e “israelenses” e por recrutas de fora da Faixa de Gaza, com financiamento direto dos Estados Unidos e coordenação operacional com o exército “israelense” — que continua a perpetrar um genocídio em curso contra mais de 2,4 milhões de palestinos em Gaza.

A verdade, conhecida por todos, é que a ocupação “israelense” é a única responsável por impedir a entrada de ajuda humanitária em Gaza por quase 100 dias consecutivos. Deliberadamente fechou todas as passagens fronteiriças e bloqueou mais de 55.000 caminhões de ajuda de chegarem às famílias devastadas. Também restringiu o movimento de dezenas de organizações humanitárias e da ONU envolvidas nos esforços de socorro. Isso foi afirmado com clareza pelas Nações Unidas, pela Cruz Vermelha, OCHA, Organização Mundial da Saúde, entre outros — todos confirmando que a ocupação é o primeiro e último obstáculo à entrega de ajuda aos civis famintos em Gaza.

A GHF tem sido, e continua sendo, cúmplice de um crime organizado contra civis, utilizando a promessa de “ajuda” como armadilha. Relatórios de campo documentam que, em apenas duas semanas de operação, a fundação — por meio de equipes operando sob proteção das forças de ocupação — causou o martírio de mais de 130 civis, baleados diretamente enquanto tentavam acessar pacotes de alimentos em postos de controle de humilhação. Quase 1.000 outros ficaram feridos, e nove palestinos continuam desaparecidos após terem sido atraídos para zonas militarizadas controladas pelo exército ocupante. Esses são crimes plenamente tipificados pelo direito internacional.

Além disso, a GHF falha completamente em cumprir os princípios básicos do trabalho humanitário:

  • Neutralidade: Colabora no terreno com o exército de ocupação e segue suas ordens, inclusive para a divulgação de avisos aos civis famintos.
  • Imparcialidade: Atua sob uma agenda de segurança claramente “israelense”, servindo aos objetivos da ocupação de subjugar a população.
  • Independência: Recebe financiamento e instruções de governos estrangeiros e do exército “israelense”.
  • Humanidade: Nunca esteve ao lado dos civis; tem sido um instrumento de pressão, fome e morte.

Deixe-se claro: qualquer instituição que se diga humanitária enquanto executa planos militares e administra pontos de distribuição dentro de “zonas tampão” vigiadas por tanques da ocupação não é uma agência de ajuda, mas sim uma ferramenta de genocídio e uma parceira direta no crime de extermínio da população civil.

Apelamos ao mundo para que rejeite o engano dessa organização, que pratica criminalidade de forma sistemática e organizada. A resistência palestina não ameaça ninguém — ela defende o direito do seu povo de sobreviver diante de instituições falsas que matam sob falsas bandeiras humanitárias. A comunidade internacional precisa pôr fim ao seu viés cego, acabar com esse desastre moral e permitir a entrada de dezenas de milhares de caminhões de ajuda às agências da ONU que há muito tempo trabalham em apoio a refugiados e civis, com competência comprovada e compromisso com princípios verdadeiramente humanitários.

Gabinete de Imprensa do Governo

Faixa de Gaza – Palestina

Segunda-feira, 9 de junho de 2025”

Inúmeras novas ações da Resistência eliminam e ferem invasores israelenses

Em combate à intensificação da invasão sionista, as organizações da Resistência Palestina vem realizando, diariamente, inúmeras ações, que resultaram em mortos e feridos nas fileiras sionistas.

Em informes publicados nestes domingo, as Brigadas Al-Qassam (ala militar do Hamas) noticiaram que seus combatentes “atingiram um trator militar do tipo D9 com um projétil Yassin 105 ontem, sábado, perto do local de Al-Yarmouk, no bairro de Al-Manara, ao sul da cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza”. Veja o vídeo publicado pelas brigadas:

Em outro informe, relatando operação realizada em 03 de junho, “combatentes confirmaram a eliminação de dois soldados sionistas à queima-roupa na Rua Al-Nazzaz, a leste do bairro de Al-Shuja’iyya, a leste da Cidade de Gaza”.

No sábado (07), ações foram realizadas pelas Brigadas Al-Quds (ala militar da Jiade Islâmica). Em publicação, as brigadas informaram que bombardearam “uma reunião de soldados e veículos inimigos com uma barragem de morteiros padrão de 60 mm na área ao redor de Al-Satr Al-Sharqi, a nordeste de Khan Younis

Semelhante ação foi realizada pelas Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, que “bombardearam uma reunião de soldados inimigos sionistas e seus veículos militares invasores com uma barragem de morteiros a nordeste de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza”.

Conforme já noticiado por este Diário, na sexta-feira (06), o Hamas e a Jiade Islâmica eliminaram ao menos quatro sionistas em emboscada, ferindo inúmeros outros, que precisaram ser resgatados por helicópteros das forças de ocupação.

Em informe publicado no sábado, as Brigadas Al-Quds também noticiaram ação que seus combatentes realizaram também na sexta-feira, mas na Cisjordânia:

“Nós prendemos uma força sionista que estava fortificada dentro de uma casa em uma emboscada fechada, durante a qual detonamos dispositivos explosivos de engenharia reversa e projéteis ontem, sexta-feira, na área de Tal al-Zaatar, a leste do acampamento de Jabalia.”

Já nesta segunda-feira, a Brigadas Al-Quds informaram que “nossos combatentes capturaram com sucesso um drone sionista do tipo (Evo Max) e obtiveram informações e coordenadas importantes em áreas a leste do campo de Jabalia, no norte de Gaza”.

À luz destas ações diárias, o Hamas publicou declaração afirmando que “a ‘vitória absoluta” de que Netaniahu fala é nada mais que uma ilusão para enganar seu público”, e que “a guerra que Netanyahu queria sem fim se tornou um fardo diário, e será seu fim político e pessoal, após o colapso da ilusão de uma resolução rápida”. Leia a nota na íntegra:

“Hamas:

A resistência trava uma guerra de atrito em resposta ao genocídio contra civis e surpreende o inimigo diariamente com novas táticas de campo.

A escalada da operação militar da ocupação exacerba suas perdas e empurra seus reféns para o desconhecido. A única solução é um acordo abrangente, que Netanyahu rejeita.

A “vitória absoluta” de que Netanyahu fala não passa de uma ilusão para enganar seu público.

A guerra que Netanyahu desejava sem fim tornou-se um fardo diário e será seu fim político e pessoal, após o colapso da ilusão de uma resolução rápida.

Movimento de Resistência Islâmica – Hamas

Domingo: 12 de Dhu al-Hijjah de 1446 d.H.

Correspondente a: 8 de junho de 2025 d.C.”

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 10/06/2025