Líderes republicanos aliados ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentaram neste domingo, 2, a pressão sobre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigindo que ele altere sua postura em relação à guerra com a Rússia ou renuncie ao cargo.

A pressão ocorre após um encontro tenso entre Zelensky e Trump na Casa Branca, realizado na última sexta-feira, que terminou com a saída antecipada do líder ucraniano, sem a assinatura de um acordo esperado sobre minerais estratégicos.

Enquanto isso, líderes europeus manifestaram apoio a Zelensky durante uma reunião em Londres. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apelou aos países aliados para fortalecerem os esforços de defesa da Ucrânia. O episódio gerou incertezas sobre a posição dos Estados Unidos em relação ao conflito, que já dura três anos, e sobre a estratégia de Trump para um possível acordo de paz.

O assessor de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, questionou a disposição de Zelensky em negociar o fim da guerra.

“Precisamos de um líder que possa lidar conosco, lidar com os russos e encerrar esta guerra”, afirmou Waltz em entrevista à CNN.

Ele reiterou que Trump busca uma paz duradoura, possivelmente envolvendo concessões territoriais da Ucrânia em troca de garantias de segurança lideradas pela Europa.

Quando questionado sobre a possibilidade de Trump pedir a renúncia de Zelensky, Waltz se mostrou evasivo, afirmando: “Se ficar evidente que suas motivações pessoais ou políticas divergem da necessidade de encerrar os combates, então teremos um problema real”.

O senador Lindsey Graham, um dos principais aliados de Trump, também expressou dúvidas sobre a viabilidade de continuar apoiando Zelensky após a crise na Casa Branca. Já o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, foi mais direto, afirmando:

“Algo precisa mudar. Ou ele reconhece a realidade e volta à mesa de negociações com gratidão, ou outro líder precisará conduzir a Ucrânia nesse caminho”, declarou à NBC.

Por outro lado, as declarações republicanas geraram forte reação entre os democratas, que criticaram a postura de Trump, considerando-a uma tentativa de enfraquecer a Ucrânia em benefício da Rússia.

O senador Bernie Sanders classificou como “horrível” a sugestão de que Zelensky deveria renunciar e ressaltou que o presidente ucraniano está “defendendo a democracia contra um ditador autoritário que invadiu seu país”.

O senador Chris Murphy foi ainda mais contundente, acusando a administração Trump de se alinhar com Vladimir Putin. “É absolutamente vergonhoso o que está acontecendo agora. A Casa Branca se tornou um braço do Kremlin”, declarou à CNN.

Para Murphy, o objetivo do encontro entre Zelensky e Trump foi preparar o terreno para um acordo que, em sua avaliação, “entregaria a Ucrânia a Putin, o que seria desastroso para a segurança dos Estados Unidos”.

O secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, negou as acusações e afirmou que a responsabilidade de avançar nas negociações está nas mãos de Kiev.

“Estaremos prontos para nos envolver novamente quando eles estiverem dispostos a fazer a paz”, disse Rubio à ABC. No entanto, ele reconheceu que um acordo exigiria mudanças na postura de Zelensky.

A senadora democrata Amy Klobuchar também expressou sua indignação com o episódio e afirmou que ainda existe espaço para um acordo de paz. “Fiquei chocada com o que aconteceu na Casa Branca, mas ainda vejo uma oportunidade”, declarou à ABC.

O embate entre Zelensky e Trump levanta questões sobre o futuro do apoio dos Estados Unidos à Ucrânia e aumenta a relevância das eleições presidenciais americanas de 2024 para o desfecho do conflito. A pressão sobre o líder ucraniano continua a crescer, gerando incertezas sobre seu futuro político e sobre a continuidade da guerra contra a Rússia.

Com informações da Reuters

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Last Update: 03/03/2025