Após o cortejo e a mobilização por conta do assassinato do chefe do birô político do Hamas, Ismail Hanié, no Irã, em que o aiatolá Ali Khamenei foi o responsável pela cerimônia religiosa e política, seu corpo foi trasladado para Doa, no Catar, onde recebeu mais homenagens e foi sepultado.

Segundo o jornal Al Mayadeen em inglês, milhares de pessoas acompanharam seu funeral na mesquita de Muhammad bin Abdul Uahab. No local, o deputado do Hamas, Khalil al-Haia, disse que a morte de Hanié levará a uma união ainda maior do mundo islâmico e da luta pela libertação da Palestina.

Já na Turquia, a gigantesca mobilização que vem ocorrendo desde a morte de Hanié se manteve nessa quarta-feira (31), com milhares de pessoas marchando e fazendo orações para o líder do Hamas martirizado.

A morte de Hanié, assim como a de Fuad Shukr, comandante do Hesbolá, causou uma escalada ainda maior no conflito dos palestinos com o Estado sionista de ‘Israel’, levando multidões de pessoas a se manifestar nas ruas de países como o Irã, Jordânia, Iêmen, Turquia, Irã e todo o mundo árabe e islâmico, além de outros lugares do mundo.

Por sua vez, em ‘Israel’, a praticamente certa retaliação do Hesbolá e do Irã por conta dos assassinatos, que contará também com a ajuda de várias milícias iraquianas, paquistanesas, afegãs, da Síria e do Iêmen, está intensificando a debandada por parte dos colonos israelenses que temem por suas vidas. Imagens mostram várias pessoas no aeroporto Ben Gurion tentando sair do país.

No entanto, pode ser que a fuga de ‘israel’ seja um pouco dificultada por conta do cancelamento de voos para ‘Israel’ por parte de empresas aéreas como Lufthansa, Fly Dubai, United Airlines, Delta Air Lines, British Airways e Air India (única que realiza voos entre ‘Israel’ e o leste da Ásia), enquanto duas empresas de voos ‘low cost’ (preços baixos), a Ryanair e a Wizz Air, disseram que ainda não cancelaram nenhum voo, mas observam a situação de perto.

No entanto, muitos israelenses vêm saindo do Estado sionista há algum tempo, principalmente por conta da crise econômica causada pelo bloqueio no Mar Vermelho causado pelo Iêmen e pela ação do Líbano no norte de ‘Israel’, local que já conta com uma zona “impossível de sobreviver”, como disse o colono israelense Amit Sofer ao The Cradle, argumentando que uma faixa de cinco quilômetros a partir da fronteira do Líbano não está mais habitada.

É possível, no entanto, que essa faixa inabitada seja ainda maior, visto que o Hesbolá tem atacado a região quase todos os dias nos últimos meses, além de os ter intensificado nesta semana.

Segundo Seied Hassan Nasseralá, secretário-geral do Hesbolá, o aumento dos ataques desta semana não deve ser visto como uma resposta aos assassinatos dos mártires Ismail Hanié e Fuad Shukr, mas sim a continuação, embora uma nova etapa, dos ataques em solidariedade ao povo palestino, o que deixa os israelenses em uma situação ainda pior, visto que já não conseguem lidar com ataques normais e ainda esperam a retaliação pelos assassinatos dos mártires acontecer.

Já no Irã, o ministro de inteligência Ismail Khatib assegurou que os assassinatos em questão foram feitos por ‘Israel’ com a luz verde por parte dos Estados Unidos. Isso indica que os EUA podem ser alvos também da retaliação.

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 03/08/2024