O rendimento real dos brasileiros cresce 3,7% em um ano, atingindo R$ 3.343. Apesar disso, taxa de desocupação sobe para 6,5%, revelando desafios no mercado
O rendimento real habitual de todos os trabalhos atingiu R$ 3.343 no trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025, um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Na comparação trimestral, houve avanço de 1,4% em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2024. Já a massa de rendimento real habitual – que representa a soma das remunerações de todos os trabalhadores – chegou a R$ 339,5 bilhões, mantendo-se estável no trimestre e registrando um crescimento anual de 6,2%, o que equivale a um aumento de R$ 19,9 bilhões.
Taxa de desocupação, na semana de referência, das pessoas de 14 anos ou mais de idade (%)
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A PNAD Contínua de novembro de 2024 a janeiro de 2025, divulgada hoje (27) pelo IBGE, mostrou que a taxa de desocupação no Brasil chegou a 6,5%, aumentando 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2024 (6,2%).
Trata-se da segunda variação positiva em sequência, após o menor nível de desocupação da série histórica registrado no trimestre móvel de setembro a novembro (6,1%).
Já a taxa de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) ficou em 15,5%, resultado considerado estável na comparação trimestral (15,4%).
Cerca de 7,2 milhões de pessoas estavam desocupadas no país, de novembro de 2024 a janeiro de 2025. Frente ao trimestre móvel anterior (agosto a outubro), houve aumento de 5,3%, o que corresponde a mais 364 mil indivíduos sem ocupação.
Por outro lado, no confronto com igual trimestre do ano anterior, quando existiam 8,3 milhões de pessoas desocupadas, houve recuo de 13,1%, uma redução de 1,1 milhão de pessoas desocupadas na força de trabalho.
A quantidade de pessoas ocupadas ao final do trimestre que terminou em janeiro deste ano era de aproximadamente 103,0 milhões. Isso significa uma diminuição de 0,6%, ou seja, menos 641 mil pessoas em relação ao trimestre anterior.
Comparando com novembro de 2023 a janeiro de 2024, quando havia no Brasil 100,6 milhões de pessoas ocupadas, ocorreu alta de 2,4% (mais 2,4 milhões de pessoas).
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O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), por sua vez, atingiu 58,2%, redução de 0,5 ponto percentual ante o trimestre de agosto a outubro de 2024 (58,7%). Confrontado ao mesmo trimestre do ano anterior (57,3%), esse indicador teve variação positiva de 0,9 p.p.
“A taxa de desocupação para este trimestre, de 6,5%, foi menor do que em 2024 no mesmo trimestre (7,6%), ou seja, houve grande evolução. No entanto, a variação de 0,3 pontos percentuais em relação ao trimestre terminado em outubro do ano passado foi a maior desde 2017 (0,8 p.p.), igualando 2019.
Quanto à estabilidade da taxa composta de subutilização da força de trabalho, o resultado mostra que o aumento dos desocupados foi compensado pela redução do estoque de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, que diminuiu 8,3%”, destaca William Kratochwill, analista da pesquisa.