
Originalmente publicado em IFZ
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou, em 28 de fevereiro de 2025, “Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do quarto trimestre de 2024“, uma análise detalhada sobre os rendimentos do trabalho no Brasil, baseada nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do quarto trimestre de 2024. O estudo revela uma nova elevação na renda habitual média, consolidando a tendência de crescimento iniciada no segundo semestre de 2023.
Com um aumento interanual de 4,3%, o rendimento médio atingiu R$ 3.343 no trimestre móvel encerrado em janeiro de 2025, o maior valor já registrado na série histórica da PNAD Contínua. Os maiores aumentos foram observados no Sul, entre trabalhadores de 40 a 59 anos e aqueles com ensino fundamental completo, enquanto os menores avanços ocorreram no Norte e entre os trabalhadores mais velhos. Os trabalhadores por conta própria e os empregados sem carteira tiveram os maiores ganhos, enquanto os setores de transporte e construção lideraram o crescimento salarial. Apesar disso, a desigualdade de renda persiste, com o índice de Gini da renda domiciliar retornando a 0,520 e o da renda individual subindo para 0,492 no final de 2024.
Destaques do crescimento da renda
Os dados mostram que, embora o crescimento tenha sido generalizado, alguns grupos se beneficiaram mais do que outros. A região Sul liderou os aumentos, seguida pelos trabalhadores adultos entre 40 e 59 anos e aqueles com ensino fundamental completo. Por outro lado, os menores avanços foram observados no Norte, entre os trabalhadores mais velhos (acima de 60 anos) e nas regiões metropolitanas.
No recorte por tipo de vínculo, os trabalhadores por conta própria e os empregados sem carteira tiveram os maiores aumentos salariais, de 5,4% e 6,5%, respectivamente. Já os empregados com carteira assinada no setor privado tiveram um crescimento mais modesto, de 3,0%, mantendo um ritmo de recuperação mais lento desde o início de 2023.

Desempenho por setores econômicos
A análise setorial revelou que os trabalhadores do setor de transporte registraram o maior crescimento da renda habitual, com 8,0%. Outros setores que se destacaram foram os serviços pessoais e coletivos (6,1%) e o setor de alojamento e alimentação (5,8%). Por outro lado, os piores desempenhos foram registrados nos setores de agricultura (-0,1%) e educação e saúde (1,3%), que apresentaram aumentos abaixo da média nacional.
A massa salarial também mostrou um avanço significativo, atingindo uma média mensal de R$ 340,7 bilhões no quarto trimestre de 2024, um crescimento de 7,4% em relação ao mesmo período de 2023. No trimestre móvel encerrado em janeiro de 2025, esse valor chegou a R$ 339,5 bilhões, um aumento interanual de 6,2%.
Desigualdade e distribuição da renda
Apesar do crescimento da renda, a desigualdade se manteve em níveis elevados. O índice de Gini da renda domiciliar foi de 0,520 no quarto trimestre de 2024, indicando um leve aumento em relação aos trimestres anteriores. Já o índice de Gini da renda individual subiu de 0,490 para 0,492 no mesmo período, refletindo uma distribuição de renda ainda desigual entre os trabalhadores brasileiros.
Além disso, a proporção de domicílios sem renda do trabalho recuou para 22,4%, 0,6 ponto percentual abaixo do registrado no mesmo trimestre do ano anterior. Paralelamente, houve uma redução na proporção de domicílios de renda muito baixa e um crescimento na participação das faixas de renda média e média-alta.
Baixe o estudo Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do quarto trimestre de 2024
Publicado originalmente no blog do Instituto Fome Zero
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