A Gupy divulgou o Relatório de Tendências de Empregabilidade 2025, analisando avanços na diversidade no mercado de trabalho brasileiro. O levantamento utilizou dados de empresas que integram a plataforma e apresentou propostas para acelerar mudanças.
Segundo Guilherme Dias, cofundador da Gupy, o respeito à diversidade aumentou 6,3 vezes entre 2023 e 2024. Esse crescimento reflete um interesse crescente por ambientes que promovam pertencimento e inclusão.
Apesar disso, Guilherme observa que ainda há muito a ser feito para consolidar uma inclusão mais abrangente. Ele ressalta que é necessário fortalecer práticas que garantam igualdade de oportunidades.
Crescimento em contratações afirmativas
Entre 2023 e 2024, as vagas afirmativas publicadas na plataforma da Gupy aumentaram 37%, totalizando 4.730 oportunidades. Contudo, desigualdades ainda são evidentes.
Por exemplo, trabalhadores negros recebem, em média, 39,2% menos do que colegas brancos com a mesma qualificação. Além disso, apenas 2,1% das pessoas negras ocupam cargos de direção ou gerência.
Para Guilherme Dias, políticas de remuneração transparente e programas de mentoria para trabalhadores negros podem ajudar a reduzir essas desigualdades. Ele também sugere treinamentos corporativos focados em equidade para superar barreiras estruturais.
Inclusão de pessoas com deficiência
As contratações de pessoas com deficiência (PcDs) apresentam grandes diferenças regionais. O Sudeste concentra 59% das contratações, seguido por Sul (17%), Nordeste (13%), Centro-Oeste (7,2%) e Norte (3,3%).
O estado de São Paulo lidera essas contratações, com 8.856 registros entre julho de 2023 e junho de 2024. Essa concentração é explicada pelo alto número de grandes empresas na região.
Empresas que adotam modelos de trabalho remoto estão à frente na inclusão de PcDs. Segundo o relatório, ambientes adaptáveis favorecem a contratação desses profissionais.
Programas como o “Gupy Imersão | Certificação Inclusiva” têm contribuído para capacitar pessoas com deficiência. Em 2024, essa iniciativa recebeu 566 inscrições para 60 vagas, demonstrando alta demanda.
Identidade de gênero no mercado de trabalho
O relatório também abordou as contratações de pessoas transgênero e não-binárias. Entre 2021 e 2024, 2 mil contratações foram de pessoas que não se identificam como homem ou mulher.
As contratações de pessoas transgênero somaram 1,9 mil no mesmo período. Apesar do crescimento, os números mostram que ainda há barreiras significativas.
Em 2024, uma normativa regulamentou o uso do nome social em concursos públicos. Guilherme Dias defende que essa medida deve ser acompanhada de ações corporativas que promovam a equidade ao longo da carreira.
Diversidade por orientação sexual
A inclusão de pessoas LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho também é destacada no relatório. Empresas que adotam políticas inclusivas têm contribuído para ambientes mais representativos e seguros.
Segundo Guilherme Dias, líderes empresariais precisam atuar na desconstrução de estereótipos para avançar na inclusão. Ele afirma que 2025 pode marcar um progresso significativo na diversidade no mercado de trabalho brasileiro.
