O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 19, pelo Banco Central indicou uma revisão para baixo na projeção de inflação para 2025, além de ajustes nas estimativas para o câmbio e para outros indicadores econômicos até 2028. O relatório semanal reúne expectativas de analistas do mercado financeiro e serve como termômetro das percepções sobre o cenário macroeconômico do país.

A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 caiu de 5,51% para 5,50%. Para os anos seguintes, as expectativas seguem em trajetória de desaceleração: 4,50% para 2026, 4,00% para 2027 e 3,80% para 2028.

Os números refletem, segundo os analistas, uma expectativa de redução gradual das pressões inflacionárias, embora permaneçam acima do centro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional para parte do período analisado.

Em relação à taxa de câmbio, o relatório mostra uma estimativa de R$ 5,82 por dólar em 2025, ante R$ 5,85 na semana anterior. Para 2026, a previsão permanece em R$ 5,90. Já para 2027, os analistas projetam câmbio a R$ 5,80. Para 2028, houve alta, com a estimativa passando de R$ 5,82 para R$ 5,85.

No que diz respeito aos preços administrados — itens controlados direta ou indiretamente pelo governo, como combustíveis, energia elétrica e tarifas públicas —, o Focus apresentou ligeira redução para 2025, passando de 4,57% para 4,55%. Para 2026, houve aumento de 4,29% para 4,30%. Em 2027, a projeção se manteve em 4,00%, e para 2028, permaneceu em 3,80%.

A estimativa para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), utilizado especialmente em reajustes de aluguéis, também sofreu alterações. A expectativa para 2025 caiu de 4,98% para 4,95%. Para 2026, a projeção está em 4,60%, enquanto os anos de 2027 e 2028 apresentam uma previsão estável de 4,00%.

No campo da atividade econômica, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2026 permaneceu em 1,70% pela quarta semana consecutiva. Para 2027, o relatório prevê crescimento de 2,00%, mesmo percentual projetado para 2028, que se mantém constante há 62 semanas.

Já em relação à taxa básica de juros (Selic), a projeção para o final de 2025 foi mantida em 14,75%, sem alterações em relação ao relatório anterior. As estimativas para os anos seguintes mostram tendência de redução. Para 2026, o número projetado é de 12,50%, enquanto para 2027, o índice esperado é de 10,50%. Para 2028, a taxa deve atingir 10,00%, patamar mantido há 21 semanas consecutivas.

Os dados do Boletim Focus são coletados pelo Banco Central junto a mais de uma centena de instituições financeiras, consultorias e empresas do setor real da economia. As projeções não representam necessariamente a posição oficial da autoridade monetária, mas são acompanhadas de perto pelo mercado, sobretudo em períodos de decisões de política monetária.

Com os resultados desta semana, o relatório indica estabilidade ou ligeira melhora nas expectativas inflacionárias e cambiais, enquanto reforça a previsão de manutenção dos juros elevados no curto prazo. A trajetória projetada para a Selic sugere um ciclo gradual de queda a partir de 2026, condicionado ao comportamento da inflação e à condução da política fiscal.

A divulgação do Focus ocorre semanalmente, sempre às segundas-feiras, e antecede decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa Selic com base em diversos fatores, entre eles, o cenário traçado pelo relatório.

A próxima reunião do colegiado está marcada para o final do semestre, e o desempenho dos indicadores econômicos até lá será determinante para ajustes nos rumos da política monetária brasileira.

As projeções compiladas nesta edição do Focus ajudam a balizar decisões de investidores, empresas e formuladores de políticas públicas, servindo como referência para planejamento orçamentário, definição de contratos e análises de risco macroeconômico.

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Last Update: 19/05/2025