Na última semana, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) lançou o estudo “Cidades Industriais Brasileiras: emprego, renda e níveis de atividade no período 2002-2022”. O documento traz dados que mostram como a presença da indústria faz diferença na dinâmica econômica dos municípios.
Elaborado em parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) e a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM/CUT-SP), o estudo apresenta que em 2022 os trabalhadores da indústria de transformação somavam 8,15 milhões de pessoas e a participação do setor no emprego formal (52,8 milhões) era de 15,5%. Além disso, as 100 cidades que mais empregaram na indústria de transformação são responsáveis por 41% (3,3 milhões) do emprego industrial no país.
O estudo destaca a trajetória da indústria de transformação brasileira e outros elementos que baseiam as relações do setor com a sociedade, como nível de emprego e remuneração. É apresentada a análise da Nova Indústria Brasil (NIB), promovida pelo governo Lula, e sua possível influência positiva no país.
Como destaque, é feita uma análise específica sobre o Grande ABC (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), histórico polo industrial do país localizado na região metropolitana da capital do estado. Os dados trazidos mostram que no ABC ocorreu crescimento do emprego industrial (26%), do salário médio na indústria (15%) e do valor adicionado (28%) no período entre 2002 e 2012.
O estudo ainda coloca que entre 2002 e 2021, 86 cidades apresentaram saldo positivo no ranking de emprego industrial, com números elevados em Manaus (51.656), Joinville (29.574), Sorocaba (22.015) e Anápolis (20.620). Em termos percentuais, os destaques são Vitória da Conquista (379,6%), Caucaia (309,6%), Goiana (289,3%), Macaé (223,2%) e Anápolis (178,3%).
No lado oposto, das 14 cidades que apresentaram saldo negativo entre 2002 e 2021 no ranking de emprego industrial, oito estão em território paulista: São Paulo (-92.542), São Bernardo do Campo (-12.167), Osasco (-9.435), São José dos Campos (-8.146), Diadema (-4.830), Franca (-2.679), Santo André (-2.169) e Americana (-968).
Sobre a remuneração média real, de 2002 a 2012, apenas três das 100 cidades analisadas apresentaram queda na remuneração média real. De 2012 a 2021, somente 24 apresentaram crescimento.
Confira abaixo os 30 maiores municípios em empregos industriais no Brasil em 2022:
Pelo texto, ainda é possível observar os resultados sobre o ano de 2022 para um retrato mais atual da indústria:
- Em 2022, apenas seis estados das regiões Sul (27,3%) e Sudeste (49,0%) responderam por mais de 75% do emprego formal da indústria de transformação: São Paulo (com 2,6 milhões de empregos industriais); Minas Gerais (884,5 mil); Santa Catarina (763,2 mil); Paraná (743,3 mil); Rio Grande do Sul (711,7 mil) e Rio de Janeiro (391,6 mil);
- Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo tinham as maiores remunerações mensais, com R$ 4.736,98 e R$ 4.516,20 em média, respectivamente, enquanto Minas Gerais (53.462 unidades) e São Paulo (113.134 unidades) possuíam o maior número de estabelecimentos;
- O estado de São Paulo aglutina 26,8% de todos os estabelecimentos da indústria de transformação e 33,3% das empresas de grande porte;
- Em 2022, as 100 cidades que mais empregaram na indústria de transformação foram responsáveis por 41% (3,3 milhões) do emprego industrial no país;
- Os sete municípios do Grande ABC chegam somados à casa dos 190 mil postos de trabalho, ficando atrás somente da cidade de São Paulo.
Os valores sistematizados são de extrema importância, pois servirão de base comparativa para os resultados que o governo Lula entregar no próximo período. Com bons resultados já colhidos na indústria de transformação este ano e com a perspectiva de uma forte expansão até 2030 com a NIB, a ideia é que um novo marco para a indústria nacional seja estabelecido e a recuperação da indústria seja perpetuada.
Confira abaixo o estudo na íntegra:
*Com informações Dieese