Diversas organizações sociais, sindicais e políticas do Equador declararam “persona non grata” o ministro das Relações Exteriores do Marrocos, Nasser Bourita, por representar um governo acusado de cometer “violações graves, permanentes e sistemáticas dos direitos humanos” contra os povos marroquino e saaraui.

Entre as entidades que assinaram esta declaração estão a Confederação de Organizações Classistas Unitárias de Trabalhadores (CEDOCUT), a Confederação Unitária de Bairros do Equador (CUBE), o Partido Comunista do Equador e a Juventude Comunista, que denunciaram as práticas repressivas do governo marroquino contra o Saara Ocidental.

A nota dessas organizações também rejeita a recente decisão do governo de Daniel Noboa de retirar, em outubro de 2024, o reconhecimento da República Árabe Saaraui Democrática (RASD). Os coletivos destacaram que Bourita representa um “Estado ocupante” e o acusaram de liderar uma “campanha de agressão diplomática” para enfraquecer o apoio internacional ao referendo de autodeterminação do Saara Ocidental, pendente desde 1991 sob o mandato das Nações Unidas.

Os grupos exigiram que o governo equatoriano reoriente sua política externa para princípios de multipolaridade e solidariedade com o Sul Global.

A visita oficial de Bourita ao Equador coincidiu com a assinatura de acordos comerciais com o presidente Daniel Noboa no Palácio de Carondelet, voltados para facilitar a exportação de banana equatoriana ao Marrocos.

Além disso, o governo equatoriano confirmou sua intenção de abrir em breve sua primeira embaixada no Marrocos, consolidando assim a presença diplomática do Equador na região do Magreb. O anúncio foi feito após uma reunião entre Nasser Bourita e a chanceler equatoriana Gabriela Sommerfeld em Quito.

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Last Update: 28/05/2025