Neste domingo (4), a União Europeia (UE) declarou que não reconhece os resultados das eleições na Venezuela, as quais resultaram na reeleição do presidente Nicolás Maduro para um mandato de seis anos. Segundo o CNE, Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, Maduro foi vitorioso com 51,95% dos votos contra 43,18% de Edmundo González.

“A União Europeia continua a acompanhar os acontecimentos na Venezuela com grande preocupação. Relatórios de missões internacionais de observação eleitoral afirmam claramente que as eleições presidenciais de 28 de julho não atenderam aos padrões internacionais de integridade eleitoral”, afirma trecho da declaração publicada no sítio do Conselho da União Europeia.

Mostrando todo o capachismo do bloco ao governo norte-americano, outra parte da declaração mostra – assim como fez o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken – que a UE reconhece a suposta vitória de Edmundo González Urrutia.

A União Europeia se diz preocupada com o número crescente de detenções arbitrárias e o assédio contínuo da oposição.

Para contestar a vitória de Maduro, todos os países e blocos imperialistas estão utilizando o que chamam de registros de votação eleitoral publicados pela oposição e revisados por “diversas organizações independentes”.

Por outro lado, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas das principais cidades da Venezuela neste sábado (3) para manifestar seu apoio ao presidente venezuelano reeleito no último dia 28 de julho.

 

 

Mobilização nas ruas em defesa de Maduro
Grande manifestação em defesa e apoio à Maduro na Venezuela

Já o governo brasileiro se encontra extremamente pressionado em relação ao tema. De um lado, um país vizinho aliado e denunciando uma clara tentativa de golpe do imperialismo contra o povo venezuelano. Do outro, o presidente dos EUA ligando para Lula com intenção de aliar o governo do Brasil com a posição do imperialismo contra Maduro.

Em uma nota conjunta entre Brasil, México e Colômbia, os governos felicitaram a ampla participação da população venezuelana nas últimas eleições e disseram estar acompanhando com a atenção.

A nota dúbia divulgada pelos três governos foi elogiada tanto por Maduro, quanto pela principal liderança da oposição venezuelana, María Corina Machado.

Na semana passada, uma bandeira brasileira já havia sido hasteada na embaixada da Argentina. O pedido para o Brasil fazer a custódia teria sido feito pelos dois países vizinhos.

Edmundo González se declara presidente e exige golpe militar e policial contra Maduro

Por meio de comunicado publicado em sua conta oficial no X (antigo Twitter), Edmundo González se proclamou, nesta segunda-feira (5), presidente da Venezuela.

Membros das Forças Armadas e dos corpos policiais, atendam aos seus deveres institucionais, não reprimam o povo, acompanhem-no.

Igualmente, pedimos a todos os venezuelanos que têm mães, pais, filhos, irmãos, parceiros que são membros das Forças Armadas Nacionais ou funcionários policiais, que lhes exijam não reprimir, que desobedeçam ordens ilegais e que reconheçam a Soberania Popular, expressa nos votos do domingo, 28 de julho.

O novo governo da República, eleito democraticamente pelo povo venezuelano, oferece garantias a quem cumprir com seu dever constitucional. Além disso, destaca que não haverá impunidade. Este é um compromisso que assumimos com cada um dos venezuelanos.

Nós ganhamos esta eleição sem qualquer discussão. Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora, cabe a todos nós fazer respeitar a voz do povo. Prossiga, de imediato, a proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República.

Caracas, 5 de agosto de 2024

Edmundo González Urrutia Presidente Eleito da Venezuela

María Corina Machado Líder das forças democráticas da Venezuela

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Last Update: 06/08/2024