Reino Unido anuncia ‘maior pacote de sanções’ contra a Rússia

O governo britânico anunciou que pretende impor seu “maior pacote de sanções de todos os tempos” contra a Rússia, no que chama de um movimento estratégico antes do terceiro aniversário da guerra na Ucrânia. A declaração foi feita pelo ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, neste domingo (18), conforme relatado pela RT.

“Este também é o momento de apertar os parafusos sobre a Rússia de Putin”, afirmou Lammy, prometendo que, nesta segunda-feira, o governo britânico anunciará “o maior pacote de sanções contra a Rússia desde os primeiros dias da guerra”. O objetivo, segundo ele, seria “desgastar a máquina militar russa” e “reduzir as receitas que alimentam as chamas da destruição na Ucrânia”.

O chanceler britânico argumentou que as novas medidas serão divulgadas em um “momento crítico” para a Ucrânia e reiterou o compromisso de Londres com o financiamento da guerra. “Seguimos comprometidos em fornecer £3 bilhões [US$ 3,78 bilhões] anuais em apoio militar para colocar a Ucrânia na posição mais forte possível”, declarou Lammy. Além disso, o ministro disse estar “pronto e disposto” a contribuir com tropas, caso seja necessário, para uma missão de “manutenção da paz”.

Desde o início da guerra, em 2022, o Reino Unido já impôs várias rodadas de sanções contra a Rússia, atingindo 1.900 indivíduos e organizações, além de setores estratégicos como a indústria e a exportação de energia.

As ameaças do governo britânico ocorrem no mesmo momento em que o Reino Unido e a França planejam enviar 30 mil soldados para a Ucrânia sob a justificativa de uma missão de “manutenção da paz”. Segundo o jornal norte-americano Wall Street Journal, essa decisão pode enfrentar “um caminho difícil” sem o apoio dos Estados Unidos. O motivo é a postura do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que vem rejeitando a estratégia de “isolamento” da Rússia promovida pelo governo Biden.

Lammy enfatizou que “não pode haver nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”, numa alfinetada à decisão de Trump de abrir conversas diretas com Moscou. No entanto, o Reino Unido e a França não se limitam à mera agitação: o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron, viajarão a Washington nesta semana para tentar convencer Trump a manter o financiamento militar de Quieve e apoiar a proposta de envio de tropas.

Trump, por sua vez, não parece convencido. Na sexta-feira (16), ele criticou Macron e Starmer, dizendo que “não fizeram nada”. O ex-presidente também criticou o líder ucraniano Vladimir Zelensky, chamando-o de “ditador” e responsabilizando-o pela guerra. Trump chegou a questionar se Zelensky deveria sequer participar das futuras negociações, afirmando: “Não acho que ele seja muito importante para estar nas reuniões” e acrescentando que “ele não tem cartas na mesa”.

A resposta russa para as ameaças britânicas e francesas já foi dada. Moscou alertou que qualquer tropa estrangeira que entrar na Ucrânia sem um mandato da ONU será considerada um alvo militar lícito.

Além disso, o governo russo reafirmou que nenhuma sanção imperialista será capaz de deter suas operações militares. Em outras palavras, a Rússia deixa claro que responderá de maneira contundente a qualquer presença militar imperialista no território ucraniano.

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