O presidente da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDHMIR) da Câmara dos Deputados, deputado federal Reimont (PT-RJ), encaminhou nesta segunda-feira (11) um ofício a Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando a instauração de investigação criminal urgente contra o influenciador digital Hytalo Santos (Hitalo José Santos Silva). O pedido inclui também a apuração de outros influenciadores que possam estar envolvidos na exploração sexual de crianças e adolescentes em ambientes digitais.
A solicitação se baseia em denúncias apresentadas no vídeo “Adultização”, publicado em 6 de agosto pelo comunicador Felca, que traz evidências de que Hytalo expôs menores de idade em contextos sexualizados, lucrando com conteúdo direcionados inclusive a circuitos pedófilos. Um dos casos citados envolve uma adolescente que passou a aparecer nos vídeos do influenciador aos 12 anos, sendo gradualmente “adultizada” para apelo ao público adulto.
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Após a repercussão, contas de Hytalo Santos e da jovem envolvida foram desativadas das redes sociais da Meta. O Ministério Público da Paraíba já havia aberto procedimentos investigativos em 2024, sob sigilo, por “exploração sexual” prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Gleisi cobra responsabilização das plataformas
A ministra da Secretaria das Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann comentou o caso em suas redes sociais. Ela elogiou o presidente da Câmara, Hugo Motta, que anunciou que irá pautar projetos sobre a proteção de crianças e adolescentes no meio digital. E defendeu a responsabilização das big techs: “A denúncia do Felca, com enorme repercussão, ressalta também o acerto do STF ao responsabilizar as plataformas que permitem a ação desses criminosos, sem necessidade de prévia notificação judicial”, elogiou.
“As plataformas não têm como fugir dessa responsabilidade, porque são capazes de identificar praticamente tudo o que fazem seus usuários”, argumentou a ministra. “E a internet não pode continuar sendo uma terra sem lei; uma arma poderosa nas mãos de pedófilos, incitadores de mutilações e suicídios, golpistas e criminosos”.
Importante a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta, de pautar os projetos de lei sobre crimes contra crianças por meio da internet. A denúncia do Felca, com enorme repercussão, ressalta também o acerto do STF ao responsabilizar as plataformas que permitem a ação desses…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) August 11, 2025
Prisão preventiva
No ofício, o presidente da CDHMIR também solicita que, caso haja risco continuado à integridade de menores, seja avaliada a possibilidade de pedido de prisão preventiva. Ele reforça ainda a necessidade de atuação coordenada entre a PGR, Ministério Público, Polícia Federal e Conselhos Tutelares para garantir celeridade e proteção às vítimas.
“A gravidade dessas denúncias exige resposta institucional firme e eficaz. Proteger a infância e a adolescência é dever de todos os Poderes”, afirmou Reimont.
Leia ofício na íntegra:
Ofício – Dep. Reimont a PGR – caso Hytalo Santos
Lenir de Assis cobra ação imediata
A deputada Lenir de Assis (PT-PR) também se manifestou sobre as denúncias de Felca. Com experiência na defesa dos direitos das crianças, a deputada destacou o papel do poder público no combate a esses abusos.
“O vídeo do Felca escancara como big techs lucram com a exploração infantil, ao transformar violência em entretenimento. O que os criminosos que ele denunciou fazem não é descuido, é modelo de negócio. Por isso, exigimos a regulamentação urgente das redes, punição exemplar aos envolvidos e garantia de proteção integral às crianças”, cobrou a parlamentar. “Nenhum menor é mercadoria, muito menos pretexto para criação de conteúdo adulto. Meu mandato na Câmara dos Deputados está à disposição para somar nessa luta!”, afirmou.
Limites da exposição infantil
O caso levantou questões sobre os limites da exposição infantil na internet e a responsabilidade das plataformas em proteger usuários vulneráveis. O debate está mobilizando ativistas, legisladores e o público geral em busca de soluções para combater a exploração infantil nas redes sociais.
Do PT Câmara, com assessoria de Lenir de Assis e Redação