“A riqueza do subsolo pertence ao povo brasileiro e não a chantagens econômicas que o Trump faz com o mundo e agora, a mando da família Bolsonaro, tenta fazer com o Brasil. É inaceitável! É momento de unir o país em favor da nossa soberania e das terras raras”. A fala é do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) em entrevista ao programa Café PT da TvPT na manhã desta sexta-feira (1).

Ele alertou para a importância da população se unir na defesa das terras raras e entender o que está em jogo por trás dos ataques e tarifaços do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ainda na entrevista, Reginaldo falou de sua proposta de criação de uma Frente Parlamentar em defesa das terras raras, minerais críticos e estratégicos, criticou o entreguismo do ex-presidente Jair Bolsonaro e defendeu a cassação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro.

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“Ele precisa compreender que cometeram crimes contra o Estado Democrático de Direito. Não podemos admitir que eles tentem vender o nosso subsolo, a nossa riqueza, nosso projeto estratégico de independência, de soberania, para tirar o pai da cadeia”, disparou. “Não podemos permitir esse entreguismo que parte do bolsonarismo, do próprio Bolsonaro e também da sua família de vender a nossa soberania pela impunidade do ex-presidente”, reiterou.

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Para contribuir com o processo de enfrentamento aos ataques de Trump, Reginaldo protocolou a criação da Frente Parlamentar em defesa das terras raras, minerais críticos e estratégicos do Brasil diante das ameaças do presidente estadunidense que atenta contra a soberania nacional ao se aliar ao que chamou de “entreguismo bolsonarista”.

“Não há nenhuma literatura de relações e comércio internacionais que justifica que o Trump está fazendo com o Brasil, para além de uma perseguição ideológica, usando a inocente útil família Bolsonaro. O Trump deve rir da cara desses idiotas, com todo o respeito, mas se tornaram grandes idiotas”, afirmou o deputado, ao acusar a família Bolsonaro de tentar trocar a soberania nacional pela impunidade do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Reginaldo está empenhado na busca das 171 assinaturas para criar a frente parlamentar e vai solicitar ao presidente da Câmara, Hugo Motta, a criação de um grupo de estudo para debater uma política não só de defesa das terras raras, mas também de fomento e desenvolvimento de toda a cadeia desses produtos para desenvolvimento da economia brasileira.

Transformar riqueza do subsolo em emprego e renda

O Brasil possui 19 dos 51 minerais considerados críticos e estratégicos para o futuro tecnológico e energético do planeta e detém a segunda maior reserva mundial de terras raras. Reginaldo defende que é essencial debater a soberania sobre esses recursos, que estão ligados diretamente à segurança alimentar, energética e climática.

Ao apontar a necessidade de desenvolvimento uma cadeia produtiva de valor agregado a partir dos minerais raros, críticos e estratégicos, Reginaldo propôs a definição soberana de modelos produção de riqueza compartilhada com todos os brasileiros e brasileiras.

“O Brasil está sentado em cima de uma riqueza estratégica extraordinária e não podemos abrir mão desta riqueza”, assinalou, ao apontar para a urgente transformação dessas riquezas em geração de emprego e renda, em modelos distributivos de riqueza e combate às desigualdades com a reindustrialização e modernização do país. “Isso é soberania”, reiterou.

Reginaldo apontou que o país precisa proteger esses minérios a partir da Constituição que prevê que o subsolo é da União. “Tem toda uma regra para a exploração desses minérios e também é evidente que o Brasil precisa ter um projeto de desenvolvimento da cadeia produtiva”, disse ele. “Não dá para o Brasil exportar esses minérios in natura sem agregação de riqueza, de valores e que possam desenvolver toda essa cadeia produtiva”, asseverou.

Conscientização da população

“O Brasil é uma potência mineral, mas continua sendo uma república primário-exportadora. O objetivo da frente é mobilizar o Parlamento e a sociedade civil para garantir que esses bens sejam explorados com valor agregado, dentro de um projeto de reindustrialização sustentável”, afirmou o parlamentar.

A proposta de Reginaldo é promover seminários e debates para conscientizar a população e lideranças sobre a importância dos minerais estratégicos e também criar um grupo de estudos visando à formulação de uma política nacional de fomento e desenvolvimento da cadeia produtiva desses recursos.

“Não podemos continuar exportando minérios in natura. Precisamos transformar essa riqueza em emprego, renda e justiça social. A reforma tributária aprovada no governo Lula abre espaço para esse novo modelo de desenvolvimento”, ressaltou, ao reforçar que sua ação parlamentar se dá na perspectiva de mobilizar a população para defender a riqueza do subsolo brasileiro que vão consolidar o Brasil como projeto de nação livre, soberana, para superar as desigualdades econômicas e sociais

A reforma tributária do governo Lula, que entra em vigor em 2027, proporcionará um sistema tributário que permitirá ganho de produtividade, abrindo espaço para o Brasil voltar a ser um país de valor agregado. “Isso vai aumentar o PIB, produzir mais riqueza e vamos compartilhá-la com o bolso do andar de baixo, tributar menos o andar de baixo e tributar mais o andar de cima”, previu. “Essa é a perspectiva com esses arranjos estruturantes que o governo Lula 3 preparou o Brasil. Com o Lula 4 vamos consolidar esse modelo”, afirmou.

Vida nos EUA e cassação

Ao manifestar solidariedade ao ministro do STF, Alexandre Moraes diante dos ataques do presidente dos Estados Unidos e de Eduardo Bolsonaro, Reginaldo ressaltou que o que ministro faz é simplesmente cumprir o seu dever de ofício e expressou seu desejo que Eduardo não retorne ao Brasil.

“A maior contribuição que o Eduardo Bolsonaro daria ao povo brasileiro é continuar morando na pátria que ele escolheu de coração, os Estados Unidos, e não voltar ao Brasil. Eu acho que a Câmara dos Deputados, através da sua mesa diretora, deveria cassar o mandato de Eduardo Bolsonaro, porque quando tomamos posse, juramos a defesa da Constituição Brasileira e a integridade nacional e ele não está cumprindo o seu compromisso de posse”, apontou.

Da Redação

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Last Update: 01/08/2025