A Reforma Tributária começa a ser aplicada a partir de 2026 e inaugura uma das maiores mudanças do sistema fiscal brasileiro. O novo modelo substitui PIS, Cofins, ICMS e ISS pelo IVA Dual, formado pela CBS e pelo IBS, com impactos diretos sobre preços, contratos, tecnologia e gestão fiscal.
Embora a proposta busque simplificar a cobrança e reduzir disputas, a fase de transição tende a pressionar empresas de todos os portes. A adaptação exige planejamento antecipado para evitar perdas de margem, falhas operacionais e riscos de descumprimento das novas regras.
A avaliação é de “Erika Daguani”, CPO da Qive, plataforma de contas a pagar aprovada no projeto-piloto da Reforma Tributária conduzido pela Receita Federal. Segundo ela, o momento pede revisão de processos e maior previsibilidade fiscal antes da virada do sistema.
Mapeamento do impacto financeiro da Reforma Tributária
O primeiro passo envolve mensurar os efeitos do IVA Dual sobre custos e preços. Como a tributação passa a incidir em todas as etapas da cadeia, margens e contratos podem sofrer alterações relevantes entre setores e regiões.
De acordo com “Erika Daguani”, simulações com projeções de alíquotas da CBS e do IBS ajudam a antecipar impactos no resultado operacional e no fluxo de caixa. Esse diagnóstico orienta ajustes orçamentários e estratégias de repasse de custos.
Revisão de contratos e políticas comerciais
Em seguida, contratos vigentes precisam ser analisados com atenção. Cláusulas que citam tributos extintos devem ser atualizadas para o novo formato do IVA Dual, reduzindo risco de interpretações divergentes.
Além disso, a mudança na forma de cálculo do imposto, que tende a ocorrer por fora do preço, pode afetar valores líquidos, sobretudo em contratos de longo prazo e operações interestaduais. A revisão de margens e políticas comerciais passa a ser necessária durante a transição da Reforma Tributária.
Atualização de cadastros fiscais e sistemas
Outro ponto envolve o saneamento de cadastros de produtos, serviços e fornecedores nos sistemas de gestão. Essas informações, concentradas nos ERPs, influenciam diretamente a correta apuração de tributos e o aproveitamento de créditos.
Segundo “Erika Daguani”, o regime tributário dos fornecedores passa a ter peso na tomada de crédito. Quando não permite o aproveitamento, a empresa precisa buscar alternativas, o que demanda tempo e planejamento. Esse fator ganha relevância maior a partir de 2027, quando o novo modelo entra em vigor de forma plena.
Infraestrutura tecnológica e integração de dados para a Reforma Tributária
A Reforma Tributária amplia o grau de digitalização e transparência do sistema fiscal. Nesse contexto, soluções que integrem contabilidade, finanças e área fiscal em tempo real reduzem erros e retrabalho.
Plataformas que automatizam cálculos, conciliações e cruzamentos de dados ampliam a visibilidade da carga tributária e apoiam decisões ao longo da transição, segundo a executiva.
Capacitação contínua das equipes
A implementação do novo sistema ocorrerá de forma gradual até 2033, com ajustes legais e operacionais recorrentes. Por isso, equipes de finanças, contabilidade e compliance precisam acompanhar as mudanças desde 2026.
Para “Erika Daguani”, treinamentos regulares, canais internos de atualização e acompanhamento técnico ajudam a manter a empresa aderente às regras da Reforma Tributária em cada etapa do processo.