A recente aprovação da reforma tributária gerou debates intensos sobre seus impactos. Entre as mudanças mais significativas estão a unificação de ICMS e ISS no novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a migração da tributação da origem para o destino. Embora a proposta busque simplificar o sistema, ela suscita preocupações sobre um possível êxodo das indústrias das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para o Sudeste.
Historicamente, estados menos desenvolvidos usaram incentivos fiscais para atrair investimentos e fomentar crescimento. A concessão de benefícios via ICMS e ISS estimulou a instalação de indústrias nesses locais, gerando emprego e renda. Agora, com o fim desses incentivos, as empresas podem buscar maior proximidade a mercados robustos e melhor infraestrutura, o que pode desequilibrar ainda mais o quadro regional.
Esse movimento industrial assemelha-se a um “Far West às avessas”: se antes pioneiros desbravavam regiões distantes, hoje há um retorno ao já consolidado Sudeste. Ao priorizar a tributação no destino e estimular as empresas a se estabelecerem onde há maior consumo, a reforma pode concentrar ainda mais atividades em locais com infraestrutura e mão de obra especializada, intensificando disparidades e contrariando o objetivo de equilíbrio federativo.
Fonte: Folha de SP
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